Abradilan e IQVIA se unem para explicar cultura e metodologia do mercado farmacêutico

Abradilan e IQVIA se unem para explicar cultura e metodologia do mercado farmacêutico

O varejo farmacêutico tem uma representatividade de 6,3 bilhões de unidades e R$ 125 bilhões a preço de venda ao consumidor, sendo que 70% de tudo o que é vendido na farmácia é medicamento. Entender suas métricas e conceitos e saber ler relatórios, é fundamental

A Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan) realizou um treinamento em parceria com a IQVIA sobre métricas, conceitos e leituras de relatórios, na última quarta-feira (01/07). A iniciativa terá ainda outros três módulos. O objetivo é educar os associados e o mercado farmacêutico, de uma forma geral, com informações relevantes e de credibilidade, para a elaboração de estratégias e tomada de decisões corretas para os negócios, sobretudo em um momento em que os eventos presenciais foram suspensos por conta do coronavírus. “A iniciativa é tentar passar para todos como funcionam os dados disponibilizados pela IQVIA, que é a empresa que audita o mercado farmacêutico, para educar cada um dos profissionais, incluindo os times comerciais e de inteligência de mercado, para ações assertivas”, diz o presidente da Abradilan, Vinicius Andrade.

A apresentação foi feita pela consultora de relacionamentos com parceiros estratégicos da IQVIA, Theresa Lisboa. A empresa monitora o produto desde seu lançamento e acompanha todo o ciclo de vida. “Quando a indústria vai lançar um novo item, ela envia um formulário de cadastro e a IQVIA o coloca em seu banco de dados a partir do momento do início da primeira venda, independentemente do canal.”

A captação dos dados é feita na venda do distribuidor ao varejo e também diretamente no varejo, para os casos de vendas diretas, sem a distribuição. A IQVIA possui um painel com 500 distribuidores, oferecendo uma cobertura de grande alcance no Brasil.

Para entender melhor as definições de mercado utilizadas, a executiva esclarece que redes de farmácias são aquelas lojas que têm a partir de seis Cadastros Nacionais de Pessoa Jurídica (CNPJs) com a mesma raiz. Associativismo e franquias envolve das redes da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e da Farmacas, por exemplo; tem ainda as farmácias independentes, que não fazem parte de nenhuma associação e gerenciam seus negócios de forma própria; há ainda o delivery, que engloba os e-commerces; lojas com foco em medicamentos de alto custo e especialidades.

No que diz respeito ao sell-in e sell-out, essas são as formas como as empresas fornecem os dados à IQVIA. “Esse é um tema que gera bastante dúvida. É importante esclarecer que sell-in é tudo o que a farmácia compra da distribuição e sell-out: envolve a venda direta sem a distribuição, com predominância da Associação Brasileira de Redes de Farmácias (Abrafarma), por exemplo”, explica Theresa.

Os indicadores de preços também merecem atenção especial. “PPP – Pharmacy Purchase Price -, é o preço de compra da farmácia e o mais utilizado pela distribuição. Com ele, conseguimos saber o desconto que a farmácia teve quando comprou o item através do distribuidor, só existe para medicamento (tudo que tem preço fábrica, que é o preço do fabricante, atualizado anualmente controlado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), atualizado mensalmente pela lista de preços da ABCFARMA). Lembrando que a regra de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do estado de São Paulo vai se estender para o Brasil inteiro, então o ICMS passa a ser de 18% para medicamento, com a exceção de genéricos que tem 12% de ICMS.”

Já o preço de venda ao consumidor é exatamente o preço praticado na loja e é ponderado de acordo com a demanda de cada região e mede o mercado inteiro, incluindo os não medicamentos, já que as farmácias brasileiras dispõem hoje de mais de 150 mil SKUs (Stock Keeping Unit – Unidade de Manutenção de Estoque.

Os produtos são divididos e agrupados em categorias. “Temos OTC (Over The Counter, que envolvem: Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), mais vitaminas e colírios; os RX, que são os tarjados; os genéricos; os similares; Consumer Health, que engloba Personal Care (PAC) – tudo o que é cuidado pessoal, higiene, dermocosméticos e cosméticos; Patient Care (PC): cuidados dos pacientes, como tira de glicemia, medidor de pressão, nebulizador, fraldas infantis e adultas); Nutricionais (NTR): nutrição infantil, adulta e geriátrica, como se fosse a parte alimentar dentro da farmácia.”

Theresa comenta que há ainda uma nova denominação para medicamentos, que é trade. “São aqueles que têm desconto ser acima e 50% na venda ao distribuidor e o foco de trabalho deve ser o ponto de venda (PDV). Sem promoção e divulgação em outros meios.”

Existe uma outra segmentação em quatro níveis, que classifica, basicamente os medicamentos de acordo com o sistema de atuação do organismo. “Nível 1: classe terapêutica, por exemplo: musculoesquelético; Nível 2: anti-inflamatórios, antirreumáticos, relaxante muscular – descreve a ação medicamentosa; Nivel 3: detalha a ação medicamentosa; Nivel 4: especifica se é uma associação de substâncias, de moléculas e a via de administração.”

Números atualizados

O varejo farmacêutico brasileiro movimentou, nos últimos 12 meses, com a base de maio: 6,3 bilhões de unidades nas farmácias e R$ 125 bilhões a preço de venda ao consumidor, sendo que 70% de tudo o que é vendido na farmácia é medicamento. Os RX são responsáveis por 55% do que é vendido na farmácia em valores e 63% em unidades.

Não medicamentos são responsáveis por 36% dos que é vendido na farmácia em unidade. “MIPs mais Consumer Health somam 55% em unidades e 45% em valor”, pontua Theresa.

 

Fonte: Abradilan