Uso de probióticos na diarreia
Diarreia aguda
A diarreia aguda é uma situação muito comum em crianças, embora possa acometer adultos.
É causada em sua grande maioria por infecções bacterianas ou virais. Esses microrganismos provocam uma série de alterações no trato gastrointestinal, como inflamação, liberação de toxinas e desequilíbrio na microbiota intestinal (disbiose).
Como resultado da infecção e disbiose, ocorre aumento dos movimentos peristálticos intestinais na tentativa de eliminar esses patógenos, além do amolecimento das fezes.
A principal característica da diarreia aguda é o aumento do número de evacuações e/ou a presença de fezes amolecidas ou líquidas, mas também pode vir acompanhada de náuseas e vômitos, febre, falta de apetite e indisposição.
Ainda que a maioria dos casos apresente uma resolução espontânea dos sintomas, a diarreia aguda pode ter consequências graves, como desidratação e, em crianças pequenas, desnutrição.
Pensando nisso, o tratamento principal da diarreia aguda consiste em evitar as complicações da perda de líquido do organismo que ocorre pelas fezes. As medidas de hidratação são a base do manejo da diarreia aguda, tanto no adulto como na criança.
Contudo, é importante ressaltar que medidas para o reestabelecimento da microbiota intestinal também são recomendadas, por exemplo, o uso de probióticos específicos que possuem ação benéfica na diarreia.
Nesse caso, quando pensamos em diarreia, Lactobacillus rhamnosus GG (LGG®) é a cepa bacteriana mais estudada no mundo como probiótico e possui benefícios muito bem documentados na prevenção e tratamento das diarreias agudas.
Inclusive, diversas sociedades, como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e também a Sociedade Europeia de Hepatologia de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição (ESPGHAN), recomendam a utilização do probiótico que contém a cepa LGG® no manejo da diarreia viral aguda nas crianças.
Diarreia associada ao uso de antibiótico
É caracterizada por quadro de diarreia sem uma causa explicável e que ocorre durante ou até 2 meses depois do uso de antibióticos.
O uso de antibiótico pode promover danos na microbiota intestinal e disbiose, deixando a pessoa mais suscetível a colonização por bactérias patogênicas.
Além disso, pode alterar a integridade da mucosa intestinal.
Ainda não existem protocolos bem estabelecidos para o tratamento da diarreia associada ao uso de antibiótico. Nos casos mais leves costuma-se realizar medidas de suporte clínico como hidratação, controle de cólicas e dieta saudável.
Nos casos mais graves pode ser necessário repouso, hidratação intravenosa, inclusive, tratamento com antibióticos específicos para controlar as bactérias nocivas.
Já que não existe tratamento específico, a prevenção torna-se uma forte ferramenta na prática clínica. Por isso, os consensos orientam a utilização do probiótico desde o início do antibiótico (ou seja, 1° dia de antibiótico = 1° dia de probiótico).
Alguns probióticos têm demostrado eficácia na redução do risco do desenvolvimento de diarreia associada ao uso de antibióticos (DAA) em bebês, crianças e adultos por auxiliarem na modulação da microbiota gastrointestinal, sendo o Lactobacillus rhamnosus GG a cepa bacteriana, mais eficaz para prevenção de DAA em adultos e crianças.
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Probióticos ou bactérias probióticas, segundo a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), são “microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, proporcionam benefícios à saúde do hospedeiro”.
Probióticos não são todos iguais: cada cepa (tipo de microrganismo presente no probiótico) é única com sua ação e benefício específico.
Quando pensamos em diarreia, Lactobacillus rhamnosus GG ( LGG®) é a cepa bacteriana mais estudada no mundo como probiótico e possui benefícios muito bem documentados na prevenção e tratamento das diarreias agudas e na prevenção da diarreia associada ao uso de antibiótico.
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Fonte: Hypera Pharma
Referências consultadas:
1) Barbuti RC, Schiavon LL, Oliveira CP, et al. Gut microbiota, prebiotics, probiotics, and synbiotics in gastrointestinal and liver diseases: proceedings of a joint meeting of the brazilian society of hepatology (Sbh), brazilian nucleus for the study of helicobacter pylori and microbiota (Nbehpm), and brazilian federation of gastroenterology(Fbg). Arq Gastroenterol. 2020. 2) Cai J, Zhao C, Du Y, et al. Comparative efficacy and tolerability of probiotics for antibiotic-associated diarrhea: Systematic review with network meta-analysis. United European Gastroenterol J. 2018;6(2):169-180. 3) Li YT, Xu H, et al. Efficacy of Lactobacillus rhamnosus GG in treatment of acute pediatric diarrhea: A systematic review with meta-analysis. World J Gastroenterol. 2019;25(33):4999-5016. 4) Segers ME, Lebeer S. Towards a better understanding of Lactobacillus rhamnosus GG-host interactions. MicrobCellFact. 2014;13 Suppl 1(Suppl 1): S7. 5) Szajewska H, Guarino A, Hojsak I, et al. Use of probiotics for management of acute gastroenteritis: a position paper by the espghan working group for probiotics and prebiotics. JournalofPediatricGastroenterologyandNutrition. 2014;58(4):531-539.