Reajuste de medicamentos – pesquisa inédita mostra que principal preocupação do consumidor é com preço
Os medicamentos são responsáveis por uma representativa parcela dos gastos dos brasileiros e esse é um gasto prioritário das famílias, que podem deixar de comprar muitas coisas, mas dificilmente não adquirem esses produtos quando receitados ou em caso de necessidade.
A péssima notícia é que desde 31 de março aconteceu o reajuste dos preços de medicamentos para 2024. O índice de aumento foi de até 4,5% pelos fabricantes. O reajuste acontece todo ano, segundo resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Importante lembrar que os preços dos medicamentos têm uma dinâmica diferente dos demais produtos de mercado, com apenas um reajuste por ano e esse estabelece o preço máximo que esses podem ser vendidos nas farmácias.
A preocupação com esse aumento são reforçados pelos resultados exclusivos da 7ª Edição da Pesquisa sobre o Comportamento do Consumidor em Farmácias no Brasil 2024, realizada pelo IFEPEC – Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa, em parceria com a Unicamp, indicam transformações importantes no perfil do consumidor farmacêutico.
A pesquisa, que entrevistou 4 mil consumidores em todo o Brasil no momento em que saíam da farmácia, trouxe destaques para os gestores do mercado farmacêutico, reforçando a necessidade de uma abordagem estratégica e eficiente de pontos como a digitalização e precificação.
Edison Tamascia, presidente da Febrafar, enfatiza a importância dos resultados: “Estratégias baseadas em dados trazem assertividade para a tomada de decisão e fortalecem o relacionamento entre toda a cadeia farmacêutica”.
Comportamento de compra
A análise do comportamento do consumidor revela que, embora as farmácias sejam escolhidas principalmente para a compra de medicamentos (96%), 30,2% da cesta de compras é composta por não medicamentos.
Importante destacar que mais de 73% das compras de medicamentos tiveram origem em uma prescrição médica, embora nem todos estivessem portando a receita no momento da compra.
Preços é preocupação do consumidor
Outro dado relevante é a mudança significativa em relação a escolha da farmácia pelos consumidores. A cada pesquisa, se nota que preços competitivos são os principais fatores de escolha dos consumidores: 88,9% dos entrevistados levam em consideração a imagem de preços competitivos como principal atributo no momento da compra.
Compra não presencial e digitalização
A compra não presencial cresce segundo a pesquisa, com 26,9% dos entrevistados afirmando já utilizar esse modelo de compra nas farmácias. Dentre esses, 88,0% optam pela compra via WhatsApp ou telefone.
A pesquisa também ressalta a necessidade de adaptação das farmácias aos modelos híbridos de atendimento aos clientes, ou seja, uma estratégia de vendas que integra diferentes canais, adequando às preferências dos consumidores.
Outros destaques
Além dos pontos apresentados, a pesquisa mostrou que a alta aderência dos clientes em medicamentos genéricos: 93,0% dos consumidores expressaram alto grau de confiança.
Também é importante destacar que 87,0% dos entrevistados não compram produtos no autosserviço sem a ajuda de um atendente, reforçando a importância dos atendentes no momento da venda de produtos que estão expostos fora do balcão das farmácias.
Além disso, 12,6% dos consumidores buscam serviços adicionais na farmácia, com a aferição de pressão e aplicação de injeção sendo os mais procurados.
Tendências e recomendações
Com base nos resultados da pesquisa, fica evidente a necessidade de as farmácias compreenderem a jornada dos seus clientes. Olhá-los de forma holística, com adaptações às suas necessidades do ponto de vista da oferta nos diferentes canais de compra. O uso de estratégias inteligentes de digitalização dos consumidores, tornam-se cada vez mais necessárias para quem quer prosperar no varejo.
Sobre a pesquisa
A Pesquisa sobre o Comportamento do Consumidor em Farmácias no Brasil – Edição 2024 foi conduzida pelo IFEPEC em parceria com o NEIT, do Instituto de Economia da Unicamp, entrevistando 4 mil consumidores nas imediações das farmácias após suas compras, com a seleção dos estabelecimentos baseada em agrupamentos da IQVIA.
Fonte: Febrafar