Farmacêuticas Pfizer e Libbs assinam intenção de parceria para ampliar acesso ao tratamento do câncer de mama
A multinacional Pfizer e a farmacêutica nacional Libbs acabam de assinar um contrato inédito de intenção de parceria para ampliar o acesso no Brasil ao tratamento do câncer de mama, doença que constitui a principal causa de morte por tumores entre as mulheres do País1. A implementação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), esperada para o início deste ano.
A parceria compreende um medicamento clone a ser lançado, distribuído e comercializado pela Libbs no Brasil, em regime de exclusividade, a partir do princípio ativo palbociclibe – desenvolvido pela Pfizer e indicado para o câncer de mama avançado ou metastático do tipo hormônio receptor positivo (HR+) e HER2 negativo, em combinação com terapia endócrina. O acordo prevê fases progressivas de distribuição e transferência de registro, com foco em aumentar a penetração e disponibilidade do medicamento em um número maior de instituições de oncologia, tanto no mercado privado quanto no público.
“Tão importante quanto desenvolver moléculas capazes de mudar o curso de doenças desafiadoras como o câncer de mama, é trabalhar para que essas inovações cheguem ao maior número possível de pacientes. Quando unimos forças nessa direção, temos a chance de ir mais longe”, diz o diretor sênior de Oncologia da Pfizer Brasil, Alexandre Valim. “Nossa parceria com a Libbs é um exemplo de como temos trabalhado de forma aberta e colaborativa com os players do ecossistema de saúde em prol do acesso equitativo”, complementa.
Diretora de Desenvolvimento do Negócio na Libbs, Anna Guembes afirma que a parceria estratégica com a Pfizer é um marco importante para a Libbs, uma vez que permite entrar de maneira acelerada no mercado com uma nova opção terapêutica, contribuindo para o acesso à saúde no país. “Estamos entusiasmados com o potencial dessa colaboração e esperamos fazer a diferença na vida dos pacientes, reforçando o compromisso da Libbs em fornecer tratamentos de qualidade e acessíveis”, diz.
Sobre o câncer de mama
O câncer de mama é o tipo de tumor mais incidente nas brasileiras – sem considerar o câncer de pele não melanoma, conforme categorização do Instituto Nacional de Câncer (INCA): cerca de 74 mil casos novos estão previstos por ano no triênio 2023 a 20252.
O diagnóstico precoce é importante para reduzir o risco de metástase em mulheres com câncer de mama, mas até 30% das pacientes evoluem com progressão da doença e metástases mesmo que a enfermidade tenha sido detectada precocemente3, o que evidencia a importância de opções terapêuticas capazes de responder a essa necessidade médica.
O câncer de mama metastático representa um desafio para a comunidade médica, especialmente nos países em desenvolvimento, nos quais de 50% a 80% das pacientes são diagnosticadas com a doença já em fase avançada4.
Outro fator preocupante é o envelhecimento da população brasileira, tendo em vista que a incidência de câncer aumenta consideravelmente com a idade por conta da exposição a fatores de risco ao longo da vida combinada à tendência dos mecanismos de reparação celular serem menos eficazes à medida que a pessoa envelhece5.
No Brasil, é esperado para os próximos anos um aumento significativo da expectativa de vida, que deve chegar aos 81,2 anos em 20606. Essa tendência deverá acarretar um acréscimo de 60% nas demandas relacionadas ao câncer, sobrecarregando ainda mais sistemas de saúde, pessoas e comunidades7.
Referências
1.INCA. Atlas da mortalidade. Acesso em dezembro de 2023. Disponível em: https://www.inca.gov.br/app/mortalidade
2.INCA. Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil. Acesso em dezembro de 2023. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/noticias/2022/inca-estima-704-mil-casos-de-cancer- por-ano-no-brasil-ate-2025
3.O’Shaughnessy J. Extending survival with chemotherapy in metastatic breast cancer. (http://theoncologist.alphamedpress.org/content/10/suppl_3/20.longThe OncologistThe Oncologist2005;10:20-29).
4.Unger-Saldaña K. Challenges to the early diagnosis and treatment of breast cancer in developing countries. World J Clin Oncol. 2014 Aug 10;5(3):465-77.
5.Cancer. World Health Organization (WHO), 2022. Acesso em novembro de 2023. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/cancer.
6.Boccolini CS, Camargo AT da SP. Morbimortalidade por doenças crônicas no Brasil: situação atual e futura. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2016 p. 25. (Textos para Discussão n. 22).
7.Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Dia Mundial Contra o Câncer 2023: Por Cuidados Mais Justos. Acesso em novembro de 2023. Disponível em: https://www.paho.org/pt/campanhas/dia-mundial-contra-cancer-2023-por-cuidados-mais-justos.
Fonte: Libbs