Perimenopausa: tudo o que você precisa saber sobre o período que antecede a menopausa
Com sintomas similares àqueles da menopausa, a perimenopausa marca a transição para o fim do período reprodutivo da mulher
Quando o assunto é saúde da mulher, muito se fala sobre a menopausa, processo natural do organismo feminino caracterizado pela suspensão definitiva da menstruação. No entanto, a menopausa não é o único momento em que o organismo da mulher passa por alterações devido ao processo de envelhecimento. “Antes da menopausa, a mulher passa por um período de transição conhecido como perimenopausa, que ocorre próximo à última menstruação e é marcado por grande oscilação dos níveis hormonais”, explica a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira, ginecologista membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Como resultado dessas oscilações hormonais, a mulher sente uma série de sintomas que podem ser facilmente confundidos com aqueles que ocorrem durante a menopausa, como irregularidade da menstruação, calor, sudorese noturna, diminuição da libido, problemas urinários, irritabilidade, hipertensão, dores de cabeça e vertigens. “Mas é importante diferenciar o início da perimenopausa e da menopausa, já que, durante esse período de transição, ainda existe ovulação e, logo, possibilidade de engravidar, bem como de desenvolver doenças como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e a endometriose”, destaca a médica.
Segundo a ginecologista, é difícil determinar o início exato da perimenopausa, já que esse pode variar de pessoa para pessoa, sendo então necessário diagnóstico médico para identificá-lo, o que é feito através da observação dos sintomas, principalmente da irregularidade do ciclo menstrual. “No geral, a perimenopausa começa entre 30 e 40 anos de idade e dura de 1 a 3 anos. Já seu fim se dá quando a ovulação é oficialmente interrompida e a menstruação não ocorre há mais de 12 meses, o que marca o início da menopausa”, afirma a especialista.
O problema é que, assim como a menopausa, não existem métodos para se prevenir ou retardar a perimenopausa, visto que é um processo natural do envelhecimento. Mas a boa notícia para as mulheres que sofrem demais com a oscilação hormonal da perimenopausa é que existem cuidados que podem ser tomados para diminuir os sintomas desse período de transição. “Por exemplo, é possível reduzir os sintomas da perimenopausa através da reposição de estrogênio em baixas doses por administração local (vaginal) ou sistêmica (oral e transdérmica), o que restabelece as funções do organismo e torna mais fácil a adaptação da mulher para essa nova fase de sua vida”, diz a Dra. Ana. “Além da terapia de reposição hormonal, pode-se fazer uso também de medicamentos conhecidos como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (SSRIs), que são comumente utilizados no tratamento de depressão, mas que se mostraram eficazes na redução das ondas de calor e do desequilíbrio emocional característicos da perimenopausa.”
Além do tratamento medicamentoso, a adoção de hábitos de vida saudáveis também pode contribuir grandemente para o controle dos sintomas da perimenopausa. Então, procure beber bastante água e dormir bem e evite fumar ou consumir bebidas alcoólicas exageradamente. “Além disso, invista na prática regular de exercícios físicos, o que evita o ganho de peso, melhora a qualidade do sono e reduz as alterações de humor”, aconselha a ginecologista. “Uma alimentação balanceada também é fundamental nesse período de transição, devendo ser rica em cálcio, fibras, frutas, vegetais e grãos integrais.”
Por fim, a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira ressalta que, apesar dos sintomas da perimenopausa serem comuns e esperados, é indispensável que você consulte um médico ginecologista ao notá-los. “A consulta com o profissional especializado é necessária para excluir a possibilidade de outras condições que podem provocar sintomas parecidos e garantir a manutenção da saúde da mulher”, finaliza.
Fonte: Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira.
Ginecologista, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira e graduada em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro em 2005. Especialista em Medicina do Tráfego pela Abramet, a médica realiza consultas ginecológicas, obstétricas e cirurgias, atuando na prevenção e tratamento de doenças gineco-obstétricas com foco em gestação de alto risco.