Melasma também afeta os homens

Melasma também afeta os homens

Melasma também acontece em homens, mas a baixa adesão ao uso contínuo do filtro solar e dos clareadores pode impedir o sucesso do tratamento

Um tipo de mancha escura na face mais comum em mulheres também afeta os homens. É o melasma, uma dermatose caracterizada por manchas escuras ou acastanhadas (e geralmente com padrão bilateral). Apesar de não ter cura, o tratamento contínuo e a fotoproteção diária promovem melhora significativa para ajudar no controle da hiperpigmentação, segundo o dermatologista Dr. Daniel Cassiano, da Clínica GRU e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “O principal fator desencadeante do melasma é, sem dúvida, a radiação UV. Dessa maneira, o uso frequente de filtro solar com FPS50 é importante para evitar o melasma. Porém, muitos homens ainda são resistentes ao uso diário do produto”, afirma o médico.

Embora a prevalência global de melasma seja desconhecida, a incidência varia de acordo com fatores como etnia, tipo de pele e exposição ao sol, confirmando que o melasma é mais comum em pessoas com fototipos mais altos e com herança hispânica, asiática e africana.

A base do tratamento do melasma é domiciliar, segundo o Dr. Daniel. “O paciente deve usar o filtro solar frequentemente associado ao clareador tópico. O protetor solar deve ser específico para o tipo de pele do homem, que costuma ser mais oleosa. Então as formas em gel, oil free, são as mais recomendadas”, diz o médico. “Para pacientes que gostam de uma rotina de pele mais extensa, podemos associar algum antioxidante tópico, como a vitamina C, antes do filtro para otimizar os resultados”, completa.

O melasma se classifica em epidérmico, dérmico e misto, conforme o local de depósito do pigmento.

Mesmo com uma rotina bem feita, alguns pacientes ainda mantêm manchas no rosto. “Nesses casos propomos tratamentos complementares: medicações por boca e procedimentos (laser, peeling, microagulhamento), que ajudarão a fazer o controle da pigmentação, na medida em que atuam nas células produtoras de melanina, interrompendo a sua produção excessiva”, diz. “O ácido tranexâmico oral é um bom aliado no tratamento, mas sua prescrição é limitada a um grupo de pacientes sem fatores de risco para tromboembolismo. Os laser do tipo Q switched Nd Yag tratam as manchas sem esquentar a pele, o que evita rebotes. E o microagulhamento adiciona benefício ao tratamento domiciliar e evita as recaídas das manchas, mas é um procedimento técnico dependente”, diz.

Os peelings químicos também são componentes comuns do tratamento do melasma, mas em pacientes com pele mais escura há risco maior de efeito rebote com hiperpigmentação pós-inflamatória.

Mas a grande dificuldade é com relação à adesão ao tratamento. “Até por uma questão mais estereotipada, os homens não se preocupam tanto com os problemas de pele em comparação com as mulheres. Mesmo em tratamentos, eles buscam regimes de cuidados mais simples e menos complicados. É importante ressaltar que os pacientes do sexo masculino com melasma precisam entender a necessidade de usar proteção solar durante o tratamento e prevenir recorrências futuras”, finaliza o médico.

Fonte: Dr. Daniel Cassiano.
Dermatologista. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Cofundador da clínica GRU Saúde. Formado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Doutor em medicina translacional também pela UNIFESP. Professor de Dermatologia do curso de medicina da Universidade São Camilo.Possui amplo conhecimento científico, atuando nas áreas de dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica.
Instagram: @clinicagrusaude