Libbs nacionaliza a produção de contraceptivo com estrogênio idêntico ao natural e inovador no mercado

Libbs nacionaliza a produção de contraceptivo com estrogênio idêntico ao natural e inovador no mercado

Farmacêutica nacional internalizou a produção para garantir abastecimento e impulsionar crescimento no mercado. A expectativa é atender 41 mil pacientes já no primeiro ano de vendas

A Libbs, empresa farmacêutica 100% brasileira com 67 anos de história, licenciou o direito de comercialização e fabricação de um contraceptivo oral inédito no Brasil, que combina o estrogênio idêntico ao natural estetrol (nunca comercializado nacionalmente) e a drospirenona, em que os estudos indicam uma maior segurança para as pacientes devido ao mínimo impacto endócrino¹, metabólico¹ e hemostatico2, sugerindo um provável menor risco de tromboembolismo venoso (TEV)3 em comparação aos demais contraceptivos orais combinados avaliados. O medicamento, que teve o lançamento oficial em março, marca um avanço, uma vez que há quase 15 anos não se lançava um novo estrogênio dentro desse mercado.

Para além da inovação científica, a companhia apostará na fabricação no Brasil: após adiar o lançamento do produto em 2023, optou por internalizar sua produção para ter maior controle sobre a cadeia produtiva e evitar riscos de desabastecimento. A decisão estratégica tem relação com sua posição de liderança no mercado brasileiro de contracepção oral, apontada na pesquisa IQVIA PMB (Pharmaceutical Market Brasil) 2024, e com uma de suas diretrizes de oferecer soluções inovadoras que garantam maior acesso a medicamentos de qualidade. Agora, a expectativa é atender mais de 40 mil pacientes já no primeiro ano de comercialização do produto, expandindo progressivamente a base de usuárias nos anos seguintes.

O novo contraceptivo começou a ser desenvolvido em 2009 e o estudo sobre sua molécula foi acompanhado de perto pela farmacêutica nacional desde as fases iniciais, sendo uma das primeiras empresas do mundo a firmar parceria para o desenvolvimento do medicamento em 2017. “Após a comercialização ser iniciada em países norte-americanos e europeus, percebemos que competiríamos com esses grandes mercados internacionais, o que poderia comprometer o abastecimento no Brasil. Diante desse cenário, tomamos a decisão de postergar o lançamento e investir na fabricação nacional, garantindo um fornecimento contínuo e com a qualidade que sempre prezamos”, conta Geraldo Martins, diretor do negócio na Libbs. Outro ponto destacado por ele é que, com a decisão, a empresa conseguiu independência na produção e reduziu burocracias ao longo da cadeia produtiva, assegurando mais agilidade na entrega do medicamento ao mercado.

Impacto e expectativas para o mercado

A chegada do novo contraceptivo oral com um estrogênio inovador no Brasil reforça a estratégia da Libbs de consolidar sua presença no segmento de contraceptivos orais e fortalece o seu olhar para o público feminino. “Na Libbs, temos o propósito de transformar conhecimento em saúde. E nesse caso, colocamos a mulher no centro dos nossos negócios. Sabíamos que tínhamos um produto inovador em mãos, mas decidimos renunciar a dois anos de faturamento para garantir que o lançamento ocorresse da maneira correta, com segurança e sem riscos de desabastecimento. Essa decisão nos permitiu ampliar nosso conhecimento e reforçar nossa presença no setor”, destaca Anna Guembes, diretora de desenvolvimento do negócio na Libbs. “A procura por inovação faz parte do DNA da Libbs. Buscamos firmar parcerias estratégicas para trazer novas soluções ao mercado com agilidade. Quando percebemos que um modelo de produção externa pode comprometer o acesso dos pacientes, optamos por trazer o processo para dentro de casa”, acrescenta.

De acordo com Anna, o sucesso da fabricação do novo contraceptivo está em linha com a história da Libbs de trazer a tecnologia para o Brasil, investindo na produção própria de medicamentos inovadores. “A farmacêutica já vem adotando essa estratégia de transferência de tecnologia para garantir mais acesso a medicamentos de ponta aos pacientes, como é o caso dos biossimilares usados no tratamento de diferentes tipos de câncer. Trazer a produção do medicamento para dentro de casa demonstra a capacidade da indústria brasileira de investir em inovação e se tornar protagonista em um mercado altamente competitivo”, finaliza.

Referências

  1. Klipping C, Duijkers I, Mawet M, Maillard C, Bastidas A, Jost M, et al. Endocrine and metabolic effects of an oral contraceptive containing estetrol and drospirenone. Contraception. 2021;103(4):213-221.
  2. Douxfils J, Klipping C, Duijkers I, Kinet V, Mawet M, Maillard C, Jost M, Rosing J, Foidart JM. Evaluation of the effect of a new oral contraceptive containing estetrol and drospirenone on hemostasis parameters. Contraception. 2020 Dec;102(6):396-402.
  3. Didembourg M, Locquet M, Raskin L, Tchimchoua BT, Dogné JM, Beaudart C, Douxfils J. Lower reporting of venous thromboembolisms events with natural estrogen-based combined oral contraceptives compared to ethinylestradiol-containing pills: A disproportionality analysis of the Eudravigilance database. Contraception. 2024 Oct 17:110727. doi: 10.1016/j.contraception.2024.110727. Epub ahead of print. PMID: 39424122.

Fonte: Libbs