Você sabe a diferença entre medicamentos genéricos e biossimilares?
Ambos são essenciais para ampliar o acesso a tratamentos de qualidade, mas não são a mesma coisa
Em um cenário de avanços constantes na medicina e na indústria farmacêutica, a Dra. Nanci Utida, diretora associada de assuntos médicos da Organon, explica as principais diferenças entre medicamentos genéricos e biossimilares, uma questão que gera confusão entre pacientes. Ambos ajudam a reduzir custos e aumentar o acesso a tratamentos, mas cada um funciona de forma diferente.
Os medicamentos genéricos são versões idênticas de medicamentos de referência com pequenas moléculas criadas quimicamente. É como copiar uma receita simples: você tem todos os ingredientes e as quantidades exatas. O processo de fabricação é direto, e os genéricos chegam ao mercado com um preço mais acessível porque são feitos com base em uma fórmula que já existe.
Por outro lado, os biossimilares são versões de medicamentos biológicos, que são muito mais complexos e produzidos a partir de organismos vivos. Imagine que, ao invés de seguir uma receita simples, você tem que cultivar um ingrediente essencial. A fabricação dos biossimilares envolve um processo muito mais robusto, como criar algo em laboratório com células vivas. Eles são equivalentes aos medicamentos biológicos, mas exigem testes rigorosos para garantir que funcionem da mesma maneira que o produto original.
“A diferença essencial está na complexidade. Os genéricos são versões de medicamentos químicos, enquanto os biossimilares são de medicamentos biológicos, que são maiores e mais difíceis de replicar. E por isso, os biossimilares precisam passar por um processo de aprovação mais exigente, com testes clínicos detalhados para provar que são seguros e eficazes”, explica Dra. Nanci.
Outra grande diferença está no custo e na forma de uso. Genéricos são mais baratos e podem ser comprados em farmácias. Já os biossimilares, por serem baseados em medicamentos biológicos, costumam ser usados em tratamentos mais complexos, muitas vezes hospitalares, e têm um custo mais elevado que os genéricos, já que atendem a finalidades distintas, mas são mais acessíveis do que os biológicos originais.
“Os biossimilares são uma alternativa mais acessível aos medicamentos biológicos originadores, amplamente utilizados no tratamento de doenças autoimunes inflamatórias (como artrite reumatoide e doenças inflamatórias intestinais) e câncer, pois oferecem uma opção econômica em tratamentos complexos”, comenta a especialista.
Ou seja, ambos os tipos de medicamentos desempenham papéis importantes na ampliação do acesso a tratamentos de qualidade. Os genéricos ajudam a tornar medicamentos comuns mais acessíveis, enquanto os biossimilares facilitam o acesso a terapias biológicas inovadoras, que seriam inacessíveis para muitos pacientes sem essas versões mais econômicas.
Por fim, a Dra. Nanci ressalta a importância desses avanços no contexto dos sistemas de saúde. “A utilização de genéricos e biossimilares é fundamental para a sustentabilidade dos sistemas de saúde. Eles permitem que mais pacientes recebam tratamentos eficazes, ao mesmo tempo em que ajudam a controlar os custos dos cuidados de saúde.”
Fonte: Organon