Nas feridas crônicas (úlceras), existem fatores que dificultam a resposta celular adequada aos estímulos para a cura. Dentre eles estão:1
A preparação do leito da ferida, seguindo procedimentos, oferece a oportunidade de otimizar o manejo de feridas crônicas, considerando os fatores mencionados acima. Seu principal objetivo é remover as barreiras que impedem a cicatrização e estimular o processo de reparo, fornecendo um leito bem vascularizado e um tecido de granulação saudável.2
A sigla TIME, nomeada após seus componentes em inglês: Tissue, Infection/inflammation, Moisture, Edge. É um esquema de tratamento que fornece uma abordagem clara para resolver os fatores que dificultam a cicatrização de feridas.²
TIME representa quatro aspectos diferentes que devem ser levados em consideração no tratamento de feridas crônicas:2
T (Tissue) | I (Infection/inflammation) | M (Moisture balance) | E (Edge of wound) |
Tecido desvitalizado | Infecção / Inflamação | Balanço de umidade | Borda da ferida |
O modelo de gerenciamento TIME não é linear. Durante o processo de cicatrização e dependendo da evolução da lesão, é necessário prestar atenção aos diferentes elementos do esquema em momentos diferentes.2
O desbridamento serve a vários propósitos na ativação da cicatrização; contribui sinergicamente para acelerar a cura durante todas as fases do paradigma TIME.2
Esse procedimento é um componente crítico do tratamento de feridas crônicas, pois não apenas alcança a remoção de tecidos não viáveis, detritos estranhos, bactérias causadoras de infecções e calosidades, mas também melhora o microambiente da ferida que dificulta a cicatrização.2,3
A pomada de colagenase tem como princípio ativo um derivado da enzima colagenase isolada a partir de bactérias Clostridium histolyticum.3
É um agente enzimático seletivo que causa a clivagem hidrolítica das moléculas de colágeno, um componente importante do tecido desvitalizado acumulado no leito das úlceras.
Esta pomada remove eficaz e seletivamente os detritos sem danificar o tecido saudável e contribui para a formulação do tecido de granulação; também favorece a subsequente epitelização da úlcera, estimulando a migração de queratinócitos.2,3
A colagenase tópica é eficaz no desbridamento de todos os tipos de feridas crônicas, tanto em monoterapia quanto em combinação com procedimentos de desbridamento mecânico.2,3
Bibliografia