A avaliação inicial de uma lesão térmica e sua classificação em termos de profundidade e tamanho são ferramentas fundamentais que permitem estabelecer os passos iniciais para a conduta terapêutica adequada.1
Existem dois sistemas independentes que descrevem a profundidade de uma lesão térmica por queimadura: de “grau” e de “espessura”; ambos os sistemas estão relacionados.2
De acordo com a profundidade, as lesões térmicas podem ser:
– Queimadura de primeiro grau (superficial): 1,2,3
• somente comprometem a epiderme;
• a pele fica eritematosa, dolorosa e seca, sem bolhas ou escaras;
• geralmente cura sem cicatrizes em 5 a 10 dias.
– Queimadura de segundo grau superficial (espessura parcial superficial):
• compromete a epiderme e as camadas superficiais da derme papilar;
• a lesão branqueia de maneira extremamente dolorosa sob pressão;
• resolvem-se em aproximadamente 14 dias e não costumam deixar cicatrizes. Eventualmente pode
haver cicatriz ou alteração pigmentar.
– Queimadura de segundo grau profundo (espessura parcial profunda):
• compromete camadas mais profundas da derme (derme reticular);
• a pele fica rosada ou pálida, mas não branqueia sob pressão;
• a lesão não empalidece sob pressão;
• levam pelo menos 3 semanas para cicatrizar e deixam frequentemente cicatrizes e contraturas.
– Queimadura de terceiro grau (espessura total):
• compromete todas as camadas da pele até o tecido subcutâneo ou além deste;
• a pele tem uma aparência seca, coriácea, cerosa e sem sensibilidade;
• geralmente requerem enxertos e evoluem com contraturas.
A extensão ou o tamanho de uma lesão térmica é determinada pela estimativa de qual porcentagem da área total da superfície corporal do paciente (ASC) é coberta pela lesão. Existem várias formas de estimar a extensão de uma lesão térmica; um método simples é a “Regra dos 9”.1,2 De acordo com essa regra, o corpo é dividido em áreas e cada região constitui 9% da ASC. As regiões do adulto que compõem 9% da ASC incluem a cabeça e os braços, enquanto as pernas, o tronco anterior e o tronco posterior representam 18% da ASC cada um.1,2
Este cálculo aplica-se somente às queimaduras de espessura parcial e espessura total; as queimaduras de primeiro grau não requerem esse tipo de estimativa.1
Bibliografia