Biomm anuncia acordo com CanSino Biologics INC e amplia opções de vacinas contra Covid-19 no Brasil

Biomm anuncia acordo com CanSino Biologics INC e amplia opções de vacinas contra Covid-19 no Brasil

Biofarmacêutica brasileira, pioneira em medicamentos biotecnológicos no país, fará pedido de uso emergencial à Anvisa. Produção local pode ocorrer em uma segunda etapa

Com aplicação de dose única e armazenamento em refrigerador comum, imunizante reúne qualidades importantes para o Brasil

Acordo está sendo comunicado aos mercados onde as companhias têm ações: São Paulo (Biomm) e Hong Kong e Shangai (CanSino Biologics INC)

A biofarmacêutica brasileira Biomm, pioneira em medicamentos biotecnológicos no país, anuncia ao mercado, por meio de fato relevante, que celebrou acordo com a CanSino Biologics INC para fornecer a vacina Convidecia no Brasil. A iniciativa visa ampliar a disponibilidade de imunizantes contra a Covid-19 no país. A companhia submeterá rapidamente o pedido de uso emergencial da vacina à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Uma vez atendidas todas as exigências regulatórias, a Biomm tem condições de iniciar o processo de importação. O acordo anunciado hoje prevê a possibilidade de a Biomm vir a produzir a Convidecia em sua planta biofarmacêutica em Nova Lima (MG), que recebeu investimentos de US﹩ 90 milhões, e está em processo de validação. O acordo prevê, também, o propósito de comercialização e produção de todo o portfólio de vacinas da CanSino Biologics INC. Uma vez que a validação esteja concluída, estará apta para inspeção e aprovação pela Anvisa.

Para que o acordo fosse fechado, a Biomm precisou comprovar para a CanSino Biologics INC que reúne capacidade técnica para a produção de vacinas, além de todas as demonstrações relacionadas a aspectos regulatórios e de governança corporativa.

“Estamos orgulhosos de poder contribuir com uma nova opção de vacina para o Plano Nacional de Imunização”, diz Heraldo Marchezini, CEO da Biomm. “Estamos trazendo para o país uma vacina que reúne diversas qualidades para o uso em um país como o Brasil.”

“Estamos satisfeitos de poder colaborar com um parceiro industrial de ponta , que permite que nossa vacina Convidecia para COVID-19 seja parte potencial da luta contra a pandemia no Brasil”, diz Dr. Xuefeng YU, Chairman and Chief Executive Officer da CanSino Biologics INC. “Estamos ansiosos para avançar e ajudar a construir imunização em massa em um prazo oportuno”

A vacina Convidecia

A vacina do CanSino Biologics INC foi desenvolvida a partir do chamado “adenovírus tipo 5”, um dos vírus mais brandos do sistema respiratório que causa sintomas semelhantes aos do resfriado comum e é o vetor viral mais utilizado em estudos clínicos em todo o mundo. É um vetor de adenovírus humano tipo 5 geneticamente modificado que carrega as informações necessárias para sintetizar as proteínas novo coronavírus e, dessa forma, estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos contra Covid-19.

Ao contrário das vacinas que usam o vírus inativado, essa tecnologia tende a ter uma resposta imunológica maior. Segundo a CanSino Biologics INC, o imunizante tem eficácia geral de 68,83% na prevenção de todos os casos após 14 dias da aplicação. Para casos graves de Covid-19, a eficácia da vacina é de 95,47% no mesmo período.

Com aplicação em dose única e armazenamento em geladeira comum (entre 2 e 8 graus Celsius), a vacina desenvolvida pela CanSino Biologics INC vem sendo adotada por diversos mercados. Os estudos clínicos foram conduzidos no Paquistão, Rússia, Chile, Argentina e México. Atualmente, o Convidecia foi reconhecido e recebeu aprovações em vários países, incluindo México, Paquistão, Hungria, Chile, Equador, Argentina, Malásia, Indonésia e Quirguistão.

O preço da vacina será compatível com outras opções já existentes no mercado brasileiro. A dose única também representa vantagens para os programas de imunização, devido ao custo de aplicação por pessoa e imunização completa de uma vez – ao contrário da maioria das vacinas Covid-19 atualmente disponíveis, que requerem duas doses.

Dose de reforço

A vacina também tem potencial para ser usada como dose de reforço ou na intercambialidade (mix) de vacinas para elevar a imunidade contra o novo coronavírus, de acordo com o imunologista Jorge Kalil, professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O imunizante é recomendado para ser administrado em pessoas a partir dos 18 anos de idade.

“Com essa iniciativa, ampliamos nosso portfólio em biotecnologia no Brasil, por meio de medicamentos inovadores e com eficácia e segurança comprovadas cientificamente”, diz Heraldo Marchezini.

União de expertises

A Biomm é uma das poucas empresas de biotecnologia do país listadas na B3 (BIOM3), o que demonstra o seu compromisso com a transparência.

O foco da companhia está na oferta de medicamentos biotecnológicos para doenças crônicas no país, como diabetes e câncer, ampliando o acesso aos tratamentos por meio de terapias inovadoras. Medicamentos biotecnológicos são feitos de moléculas criadas com organismos vivos, diferentemente dos medicamentos químicos tradicionais, mas igualmente seguros e eficazes.

A companhia comercializa atualmente três tipos de insulina no país: Glargilin, Wosulin e Afrezza.

No segmento oncológico, dispõe do medicamento Herzuma, para tratamento do câncer de mama, e tem acordo de licenciamento, comercialização e distribuição no Brasil do Bevacizumabe — um anticorpo monoclonal usado no tratamento de diversos tipos de neoplasias, como colorretal, pulmão, mama e células renais, entre outras.

Ainda, fornece o Ghemaxan (enoxaparina sódica), usado para tratar trombose venosa profunda e angina, que tem sido largamente utilizado no tratamento de pacientes com Covid-19 que apresentam coágulos. Todos estes medicamentos são produzidos por biofarmacêuticas no exterior reconhecidas internacionalmente.

Em agosto e setembro de 2021, a Biomm teve aprovação da Anvisa para o desenvolvimento de dois estudos clínicos de fase 3 com o anticorpo monoclonal Leronlimabe, desenvolvidos para o tratamento de pacientes hospitalizados com Covid-19 e que necessitam de suporte de oxigenação. Os ensaios clínicos estão sendo conduzidos pela Academic Research Organization (ARO), da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, em colaboração com a CytoDyn, empresa norte-americana responsável pelo desenvolvimento do medicamento e parceira exclusiva da Biomm para a comercialização do Leronlimabe no Brasil.
Fonte: Biomm