Artrose, prevenção e tratamento
A artrose pode causar limitação dos movimentos articulares, e sua progressão geralmente a torna altamente incapacitante ao longo do tempo. É um dos distúrbios articulares que estão em um lugar de destaque na lista de todas as doenças que afetam as articulações
A osteoartrite ou artrose, também conhecida como artrite degenerativa ou doença articular degenerativa, é um dos distúrbios articulares que estão entre os primeiros na lista de todas as doenças que afetam as articulações. É comum em homens e mulheres de aproximadamente 70 anos, embora os sintomas da doença tendam a aparecer mais cedo em pessoas do sexo masculino.
A osteoartrite pode se desenvolver em qualquer articulação do corpo, embora as articulações em mãos, quadris, joelhos e coluna vertebral sejam afetadas com maior frequência. Normalmente, a doença envolve apenas uma articulação. No entanto, como ocorre na artrose dos dedos da mão, várias articulações podem ficar comprometidas em alguns casos.
Muitos mitos ainda persistem sobre a artrose, por exemplo, como sendo uma característica inevitável da terceira idade – assim como as rugas na pele e mudanças na cor do cabelo –, levando ao desenvolvimento de deficiências mínimas com um tratamento não eficaz.
Embora seja verdade que a artrose é observada em maior frequência em pessoas idosas, sua causa não é apenas o processo de envelhecimento. A maioria das pessoas que sofrem de artrose, principalmente as mais jovens, apresentam poucos ou nenhum sintoma da doença. Em vez disso, os idosos desenvolvem deficiências significativas.
Osteoartrite: definição e causas
A artrose é uma doença crônica caracterizada pela degeneração da cartilagem articular e do osso subjacente, dando origem ao aparecimento da dor e rigidez articular. Embora a causa da doença ainda não tenha sido estabelecida, os pesquisadores suspeitam que a artrose é causada por uma combinação de fatores, incluindo sobrepeso, processo de envelhecimento, lesão ou estresse articular, hereditariedade e fraqueza muscular. Os fatores que aumentam o risco de artrose são: idade avançada, sexo (as mulheres têm mais probabilidade de sofrer da doença), presença de deformidades ósseas e lesões articulares, obesidade e presença de outras doenças que afetam os ossos e as articulações.
As consequências da doença provocam a deterioração de todos os componentes da articulação móvel, do osso, da cápsula articular (tecidos que circundam algumas articulações), da sinóvia (tecido que reveste a articulação), dos tendões e da cartilagem.
Em condições normais, as articulações apresentam um nível muito baixo de atrito, o que faz com que praticamente não haja desgaste. O uso excessivo de uma articulação, que pode ocorrer devido a um treinamento esportivo intenso ou uma lesão, é um fator que pode levar ao desgaste da articulação.
Uma hipótese proposta para explicar o processo pelo qual ocorre a degeneração da cartilagem articular, causando a artrose, é aquela que estabelece a existência de uma alteração das células que formam os componentes da cartilagem articular. A cartilagem articular é formada basicamente por colágeno (que fornece resistência à cartilagem) e proteoglicanos (substâncias que fornecem elasticidade à cartilagem). Na artrose, a cartilagem pode crescer muito, porém, por fim, torna-se mais fina, formando fendas em sua superfície. O aprofundamento dessas fendas leva à formação de pequenas cavidades que atingem o osso localizado abaixo da cartilagem (osso subcondral), causando seu enfraquecimento. O osso também começa a crescer excessivamente nas extremidades da articulação. Esse crescimento excessivo gera o aparecimento de tumefações ósseas, chamadas de osteófitos, que são evidentes na radiografia e podem ser identificados através do toque e, em algumas ocasiões, até podem ser vistos. Os osteófitos alteram a funcionalidade da articulação e são a causa de dor articular.
A superfície lisa e regular normal da cartilagem articular torna-se irregular e apresenta perfurações, dificultando os movimentos normais da articulação.
Sintomas e progressão da doença
Em pessoas com 40 anos de idade, os primeiros sinais de artrose podem ser observados em uma radiografia. Esses sinais são observados principalmente nas articulações que suportam o peso, como o quadril. Independentemente de tais achados radiográficos, a pessoa provavelmente não apresentará nenhum sintoma. Na maioria dos casos, os sintomas se desenvolvem gradualmente e afetam uma ou mais articulações, que podem ser os dedos, a base dos polegares, o pescoço, a região lombar, o dedão do pé, o quadril e os joelhos. O primeiro sintoma é a dor, que geralmente aumenta com o movimento. Em alguns casos, a rigidez articular pode se manifestar depois de dormir ou um período de inatividade e geralmente desaparece 30 minutos após o movimento da articulação.
Conforme a doença avança, a articulação pode perder mobilidade, podendo até ficar totalmente rígida em uma posição anormal. O crescimento anormal de cartilagem e osso pode deformar a articulação. As protuberâncias ósseas geralmente se desenvolvem nas pontas dos dedos e são chamadas de nódulos de Heberden.
Ao nível do joelho, os ligamentos que sustentam a articulação podem se esticar a tal ponto que causam a sua instabilidade.
Nesse caso, a dor pode aparecer no movimento da articulação, no atrito do joelho com algum objeto ou, simplesmente, no toque. Na articulação do quadril, observa-se rigidez e o movimento causa dor.
A dor nas costas é o sintoma mais frequente quando a artrose afeta a coluna vertebral. Se o crescimento ósseo nesse nível comprime os nervos, a artrose do pescoço ou da região lombar pode causar dormência, dor e fraqueza em um braço ou uma perna.
A artrose é uma doença que evolui lentamente após o aparecimento dos sintomas. Muitos indivíduos apresentam algum grau de deficiência, embora a degeneração articular que caracteriza a doença possa ser detida em alguns casos.
O diagnóstico da artrose
Diante da suspeita da doença, o médico irá prosseguir com o exame da articulação e perguntar sobre as características da dor articular. Para entender melhor a causa da dor, o profissional solicitará uma série de estudos: radiografias, exames de sangue, análise do líquido articular e exame da articulação com uma pequena câmera (artroscopia). A radiografia pode revelar redução do espaço articular, que é um indicador da degeneração da cartilagem, e pode mostrar as tumefações ósseas (osteófitos).
Os exames de sangue podem ajudar a descartar outras causas de dor articular, como a artrite reumatoide.
A análise do fluido articular é realizada através de uma agulha que permite a extração do líquido da articulação afetada. O exame do fluido pode determinar se a dor é causada por outras causas, como gota ou infecção da articulação.
A artroscopia pode ser indicada em algumas circunstâncias para determinar a causa da dor articular. Durante o estudo, pequenas incisões são realizadas ao redor da articulação por onde é inserida uma pequena câmera que permite a visualização da articulação em uma tela. Esse método permite identificar anormalidades presentes na articulação.
Aspectos gerais do tratamento e prevenção
A artrose é uma doença que piora gradualmente com o tempo. Embora não exista uma cura, as opções terapêuticas atuais permitem o alívio da dor e uma maior mobilidade da articulação.
O exercício físico desempenha um papel fundamental no tratamento da doença.
Os exercícios tanto de alongamento quanto de fortalecimento e postura são adequados para melhorar a mobilidade de uma articulação e fortalecer os músculos circundantes.
O repouso é uma parte importante do tratamento da artrose, assim como o exercício físico. Diante do aparecimento da dor ou inflamação articular, recomendam-se longos períodos de repouso. Deve-se tentar realizar atividades que não requerem o uso repetido da articulação. Recomenda-se também interromper, durante 10 minutos, a cada hora, a atividade realizada.
Os sintomas da osteoartrose são agravados pelo uso de cadeiras, sofás, colchões e bancos de carro muito macios. Por esse motivo, recomenda-se usar cadeiras de encosto reto, colchões duros ou colocar tábuas de madeira sob o colchão. Existem exercícios físicos especialmente indicados para a osteoartrose da coluna vertebral que podem ter resultados muito bons.
É importante manter o nível normal de atividade diária, permanecer ativo e independente em casa e continuar trabalhando.
A fisioterapia e a aplicação de calor também são úteis no tratamento da doença. Recomenda-se tomar banhos mornos ou quentes.
As massagens realizadas por terapeutas profissionais podem ter bons resultados quando a artrose afeta o pescoço, assim como a tração e a aplicação de calor com ultrassom, por exemplo.
Uma parte do tratamento inclui o uso de determinados agentes farmacológicos. Alguns analgésicos ou anti-inflamatórios não esteroides podem reduzir a dor e a inflamação articular. Em alguns casos, especialmente quando a dor é muito intensa ou surge repentinamente, podem ser aplicadas injeções de corticosteroides, que proporcionam alívio de curto prazo.
Em casos moderados a graves da doença, os analgésicos de ação central também podem ser usados.
Existem também tratamentos complementares e alternativos no controle da doença que se mostraram promissores. Os tratamentos incluem glicosamina, sulfato de condroitina e colágeno não hidrolisado. O ioga e a acupuntura também fazem parte dos métodos alternativos de tratamento da artrose.
Quando a artrose está avançada e a dor persiste mesmo após o tratamento médico, a cirurgia pode ser necessária. As articulações do quadril e joelho podem ser substituídas, utilizando uma prótese artificial. A possibilidade de substituição articular pode ser considerada quando o movimento é muito limitado. A substituição da articulação geralmente tem bons resultados: melhora a funcionalidade e o grau de movimento de uma articulação, além de reduzir a dor.
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