Alimentação saudável para o coração

Alimentação saudável para o coração

Entenda em 6 regras simples como deve ser uma alimentação saudável para o coração, evitando riscos de doenças cardiovasculares

Uma dieta equilibrada e diversificada pode fazer muito bem para a saúde do coração: essa é uma afirmação irrefutável. Mas, afinal, o que é uma dieta saudável para o coração? “Quando me tornei cardiologista, a resposta a essa pergunta parecia simples. Era uma dieta com baixo teor de colesterol e gordura. Essa resposta acabou desmoronando. Acontece que comer alimentos com colesterol provavelmente não tem muita influência em seus níveis de colesterol; mas comer alimentos processados e embalados com o rótulo de ‘baixo teor de gordura’ tem sido terrível para a nossa saúde”, afirma o médico nutrólogo e cardiologista Dr. Juliano Burckhardt, membro Titular da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Consultamos o especialista para dar 6 regras de ouro para melhorar a saúde do coração. Confira!

Não existe uma dieta “certa” para todos

A beleza – e o desafio – da medicina é como somos diferentes e como o mesmo tratamento pode levar a respostas diferentes em pessoas diferentes. Um medicamento que salva a vida de uma pessoa pode causar um efeito colateral com risco de vida em outra. “O mesmo princípio se aplica ao plano alimentar. Embora uma pessoa possa ter resultados surpreendentes com uma determinada dieta, isso não significa que você terá os mesmos resultados. E só porque uma dieta não funciona para você, não significa que você falhou – pode apenas significar que a dieta não era certa para você”, diz o médico.

Você deve gostar (ainda melhor se você amar)

Mesmo que tivéssemos pesquisas que provassem que uma dieta é a melhor, se você não gostar de comer, dificilmente vai conseguir aderir a mudanças de hábitos. “Não agimos bem quando nos sentimos privados, e se você está comendo comida de que não gosta, está se preparando para o fracasso. Encontre um estilo de alimentação saudável que você adore e que corresponda ao que você goste. Existem muitas opções saborosas e saudáveis demais para se contentar com alimentos que você não gosta”, diz o médico nutrólogo.

Evite alimentos altamente processados 

Se você for seguir apenas uma das seis regras: siga essa. “Alimentos altamente processados são os principais contribuintes para a obesidade, diabetes e epidemias de hipertensão. Existem várias definições, mas o que caracterizamos como alimentos processados são aqueles industrializados, geralmente ricos em açúcares adicionados (como xarope de milho com alto teor de frutose) ou grãos refinados (por exemplo, farinha branca ou arroz branco) ou ingredientes químicos que realçam o sabor a fim de torná-los hiperpalatáveis. Esses alimentos geralmente contêm muitos ingredientes que você não reconheceria como alimentos, como conservantes e outros produtos químicos. Cuidado inclusive com produtos ‘fit’, ‘light’, ‘zero’ e ‘diet’, que podem ter menos calorias, mas um maior teor de produtos químicos adicionados”, explica o Dr. Juliano. Nesse sentido, uma dica importante é minimizar ou eliminar alimentos altamente processados, carnes processadas e alimentos fritos. “Embora fazer pequenas mudanças ao longo do tempo seja uma estratégia eficaz para resultados duradouros, eliminar alimentos processados por um período de tempo (de uma semana a um mês) pode ajudar a redefinir suas papilas gustativas e colocá-lo no caminho mais rápido”, explica o médico.

Inclua vegetais: sua mãe estava certa

Coma vegetais. “Todo especialista respeitável recomenda que vegetais e folhas devem ser uma grande parte de sua dieta. Isso não significa que você precisa ser vegetariano, mas o simples ato de colocar vegetais na maioria das refeições pode fazer maravilhas pela saúde do seu coração”, diz o cardiologista.

O tamanho da porção ainda conta

Mesmo se for uma comida saudável, comer muito ainda é maléfico. “Reduza o ritmo, coma com atenção e sirva as refeições em pratos menores. Inclua fibras, gorduras boas e proteínas magras, pois a digestão é mais lenta. Essas são estratégias comprovadas para diminuir a quantidade de comida sem sentir que está com fome”, comenta.

Coma em casa

Jantar fora é uma atividade popular em todo o mundo, mas uma pesquisa recente, publicada no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics em março desse ano, concluiu que comer fora de casa com muita frequência está significativamente associado a um risco aumentado de morte por todas as causas, incluindo a cardiovascular. “Os benefícios de cozinhar o próprio alimento são indiscutíveis. Alimentos de melhor qualidade, custo mais baixo, um vínculo mais forte com os entes queridos e escolhas mais saudáveis são apenas alguns dos benefícios das refeições caseiras”, diz o médico. Você não precisa ser um chef de cozinha para colocar alimentos nutritivos e de boa qualidade na sua mesa.

Comece com uma ou 2 refeições “caseiras” que você goste e possa preparar rapidamente. “Além disso, pratique a alimentação consciente. Não desanime com o termo. Simplesmente preste atenção enquanto come, saboreie cada mordida e pare quando estiver quase cheio”, finaliza o cardiologista.

Fonte:
Dr. Juliano Burckhardt.
Médico Nutrólogo e Cardiologista, membro Titular da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). É membro da American Heart Association e da International Colleges for Advancement of Nutrology. Mestrando pela Universidade Católica Portuguesa, em Portugal, atuou e atua como docente e palestrante nas suas especialidades na graduação e pós-graduação. O médico tem certificação Internacional pela Harvard Medical School, para tratamento da Obesidade. É diretor médico do V’naia Institute.