Atletas brasileiros participam de mutirão e passam a contar com apoio para melhoria de performance
Grupo de esportistas do Centro de Excelência Esportiva de São Bernardo do Campo (SP) é atendido pelo projeto Lentes do Esporte e receberá acompanhamento especializado para cuidar da saúde oftalmológica
Estamos em contagem regressiva para os próximos Jogos Olímpicos e, no último dia 22 de novembro, o esporte brasileiro do presente e do futuro recebeu uma boa notícia. Atletas das modalidades atletismo e judô, entre 15 e 23 anos, passam a contar a partir de agora com um apoio importante para seu desenvolvimento e melhoria de performance. Eles fazem parte do projeto Lentes do Esporte, criado pelo Instituto Horas da Vida em parceria com a ACUVUE®, marca da Johnson & Johnson Vision, e a Fundação Novo Olhar Dr. Marcelo Cunha. A iniciativa promoveu um mutirão no Centro de Excelência Esportiva de São Bernardo do Campo, no qual os esportistas passaram pelas primeiras triagens oftalmológicas.
Na ação, uma equipe especializada realizou testes com o objetivo de identificar jovens atletas com problemas de visão, como miopia, hipermetropia e astigmatismo. Os identificados com baixa acuidade visual passam a ser contemplados no projeto, o que significa que contarão com um atendimento completo na clínica Rubem Cunha, parceira do projeto, aqueles com indicação de correção ótica contarão com as lentes de contato descartáveis da marca ACUVUE®, além de óculos, orientação de uso, guia com dicas sobre higienização e cuidados com as lentes de contato e terão retornos periódicos para avaliar o uso e sua adaptação.
“É um projeto importantíssimo, que com certeza fará diferença não só na performance dentro do esporte, mas também na melhoria da qualidade de vida desses atletas”, ressaltou Rubem Ariano, CEO do Instituto Horas da Vida.
Autoridades presentes ao mutirão fizeram questão de enaltecer o impacto do projeto para os atletas. “É essencial que o jovem pratique esporte, mas faça isso com melhor qualidade de vida. O Lentes do Esporte propicia isso. Existe uma exigência com relação a vários quesitos ligados à performance e pensar, além disso, na melhora de qualidade de vida do jovem é uma atitude ímpar”, destacou Edison Minakawa, membro do Conselho Técnico da Confederação Brasileira de Judô e representante da Secretaria Estadual de Esportes de São Paulo.
Segundo o presidente da Federação Paulista de Atletismo, Joel Oliveira, os reflexos do apoio oftalmológico vão bem além dos ginásios e das pistas. “Nós temos aqui, especificamente no Centro de Excelência, atletas em idade escolar e universitária, então praticamente todos eles aqui são também estudantes. Consequentemente, o desempenho escolar deles sofrerá uma melhoria sensível e isso reverberará positivamente para todos. Ver aqui a empolgação dos atletas mostra que realmente essa era uma demanda reprimida”, ressaltou.
A visão é considerada por muitos o sentido mais importante e, em se tratando de práticas esportivas, isso é amplificado. Especialistas indicam que a triagem e o acompanhamento médico são essenciais, pois, muitas vezes, o paciente não sabe identificar se tem algum problema na visão sem a devida avaliação especializada. Como consequência, o desenvolvimento deste atleta pode ser afetado negativamente, ocasionando até mesmo a queda de rendimento. “O esportista pode não conseguir enxergar claramente os detalhes da técnica ensinada pelos instrutores ou então forçar demais a visão para acompanhar a aula, ocasionando sintomas, como por exemplo dores de cabeça”, explica a oftalmologista Rosana Cunha. “E é importante salientar a necessidade de sempre se visitar o oftalmologista para o acompanhamento e tratamento adequados”, complementa a especialista.
Atletas na expectativa
Nas fotos: Aline Lemos, Wilgner Mendes e Victor Hugo Pietrucci
O primeiro grupo de contemplados pelo projeto já começou a ser definido através da primeira fase do projeto, na qual foram realizadas triagens oftalmológicas. Posteriormente, os atletas que necessitem de correção terão o acompanhamento oftalmológico e receberão o apoio de ACUVUE® através das lentes de contato. A expectativa era visível entre os atletas presentes ao Centro de Excelência para os testes. “Gosto muito dessa iniciativa. Ajudará bastante a entender o que os treinadores pedem. Vai melhorar muito para os atletas”, disse Aline de Araújo Lemos, bicampeã mundial nos 1.500 metros rasos entre portadores de síndrome de Down.
“Na hora da luta, é importante ter boa visibilidade dos movimentos do adversário e do placar, principalmente. Há muita gente aqui que não tem condições financeiras para adquirir as lentes de contato, óculos e fazer o acompanhamento correto e esse projeto é muito importante para nós”, ressaltou Wilgner Vinícius Mendes, vice campeão brasileiro de judô na categoria até 90kg.
“Importante, porque há pessoas que precisam muito. Não enxergar durante uma luta pode causar dificuldades e prejudicar o desempenho”, salientou o judoca Victor Hugo Pietrucci. “Além do nosso esforço dentro do ginásio e na pista, temos todos os obstáculos naturais do esporte e o problema de vista seria um a mais para enfrentar, então com esse apoio conseguimos retirar da frente esse grande obstáculo”, complementou Amanda Paulino de Lima, do salto com vara.
Outras especificidades relativas às modalidades foram ressaltadas pelos esportistas. “Como eu faço prova com barreira, às vezes não consigo perceber a distância da barreira, isso é uma questão que me ajudaria muito, tendo acesso às lentes de contato e acompanhamento oftalmológico. Ajudaria também em competições. Já cansei de estar em uma reta final de prova e não conseguir enxergar o cronômetro. E isso é algo que me atrapalha muito, tira concentração”, contou Arnaldo Kowales Junior, atleta do decatlo. “Até pelo fato de nos concentrarmos dentro da gaiola, no meu caso, é difícil se não tiver visão boa para saber onde o disco irá cair, conferir as metragens. É fundamental termos a saúde dos olhos em dia para conseguirmos o alto rendimento, que é muito difícil de se obter”, reconheceu Rafael Miúdo, do lançamento de disco.
Fonte: Acuvue