Museu do Ipiranga será palco da Turnê “A Música da Independência”, que celebra composições de Dom Pedro I
Quatro espetáculos ocorrem entre 26 de novembro e 4 de dezembro, com entrada gratuita; evento tem patrocínio da farmacêutica EMS
São Paulo receberá, entre os dias 26 de novembro e 4 de dezembro, a turnê “A Música da Independência”, evento realizado pelo Musica Brasilis – a mais importante instituição de resgate e disseminação de partituras musicais de compositores brasileiros, incluindo José Maurício Nunes Garcia (1768 – 1830), Marcos Portugal (1762 – 1830), Sigismund Neukomm (1778 – 1858) e D. Pedro I (1798 – 1834), com sua vasta obra. Serão quatro espetáculos apresentados no Museu do Ipiranga com o objetivo de celebrar a criação musical da época e marcar o encerramento das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil. As apresentações têm entrada gratuita e contam com o apoio da EMS, maior laboratório farmacêutico no Brasil.
“Para nós, da EMS, que fomos um dos principais patrocinadores do projeto de restauro e revitalização do Museu do Ipiranga, é uma alegria ver o monumento aberto novamente e recheado de programações artísticas que, além de entretenimento, oferecem conhecimento histórico. Temos orgulho da parceria e de nossa trajetória de levar acesso à cultura como forma de proporcionar bem-estar à população”, diz Josemara Tsuruoka, gerente de Marketing Institucional da EMS. A executiva acrescenta que “os espetáculos são oportunidades imperdíveis para o público conhecer a cultura produzida no Brasil Imperial e marcam, em grande estilo, o desfecho das comemorações do Bicentenário da Independência”.
Obras de D. Pedro I, como o famoso Hino da Independência do Brasil, e de compositores de seu tempo serão apresentadas por Rosana Lanzelotte (pianoforte), também idealizadora do roteiro e autora do texto, além da participação de Marília Vargas (soprano); Ricardo Kanji (flautas); Guilherme de Camargo (guitarras); Ivy Szot (mezzo-soprano); Willian Manoel (tenor); Cláudio Marques (barítono – 26 e 27/11); Marco Antonio Cassiano (tenor – 26/11); Jabez Lima (tenor – 27/11, 3 e 4/12) e Sabah Teixeira (barítono – 3 e 4/12). “Todas as obras de D. Pedro I foram resgatadas e editadas pelo Musica Brasilis e estão disponíveis no endereço musicabrasilis.org.br. “Orquestras e músicos do Brasil e do mundo têm utilizado as partituras para apresentar esses repertórios neste ano de celebração. O álbum – dedicado às obras de D. Pedro I e gravado pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, com as partituras do Musica Brasilis – foi aplaudido pela Revista Gramophone”, revelaRosana Lanzelotte, que é também musicista e criadora do portal Musica Brasilis.
Na ocasião, o público poderá apreciar também uma obra rara do primeiro imperador do Brasil, apresentada pela primeira vez em tempos modernos: a Missa e Adjuva nos Domine, manuscrito localizado nos Açores pelo musicólogo David Cranmer. A partitura manuscrita integra um volume encadernado que consta também da Missa dedicada por D. Pedro I ao Papa Leão XII, eleito em 1823. “Diferentemente do estilo exuberante dos hinos e de outras obras religiosas, para coro e grande orquestra que D. Pedro compôs – quase sempre para ocasiões de relevo político ou dinástico –, a Missa e Adjuva nos Domine são concebidas para um contexto íntimo e contido, para a Quarta-Feira de Cinzas, o primeiro dia da estação penitencial da Quaresma. Destinada a quatro vozes “a capella”, o imperador emprega o chamado “stile antico”, ou seja, inspirado pela música do Renascimento e pelos tonos gregorianos dos salmos, o estilo apropriado para a ocasião a que se destina”, comenta o musicólogo David Cranmer, responsável pela descoberta da obra.
Também estará disponível uma série de 5 podcasts em vídeos, com a participação de Rosana Lanzelotte, Alberto Pacheco (pesquisadores da obra de D. Pedro I como compositor) e Paulo Garcez (curador da exposição Memórias da Independência). Os podcasts terão duração de 20 minutos cada e estarão disponíveis no Spotify e no canal do YouTube do Musica Brasilis, com compartilhamento nas redes sociais.
Confira o programa:
J. M Nunes Garcia (1767 – 1830)
Laudamus Te – da Missa N. Srª da Conceição (1810)
Lição 5ª (do compêndio de Música e Método para Pianoforte, 1821)
Marília, se não me amas, não me diga a verdade
Beijo a mão que me condena (s.d.)
Anônimo (anotado por Spix e Von Martius entre 1817 e 1820) – Landum
Marcos Portugal (1762-1830) e Tomás Antonio Gonzaga (1744-1810)
Se o vasto mar se encapela
Os mares minha bela
Sigismund Neukomm (1778 – 1858) – Sonata para flauta e pianoforte (Rio de Janeiro, 1819)
Allegro ma non tropo – Allegro alla turca
D. Pedro I (1798 – 1834)
Missa et Adjuva nos Domine – estreia moderna
Marcha Imperial
Hino Constitucional (1821)
Hino da Independência (1822)
Fonte: EMS