Vitamina D: conheça seis fatos sobre o micronutriente essencial para a imunidade
Especialista esclarece o papel da vitamina que, além de regular a quantidade de cálcio e fosfato no corpo, proporciona inúmeros benefícios ao organismo
Não é de hoje que profissionais da saúde ressaltam a importância da vitamina D para o equilíbrio do organismo. Em quantidades corretas, o micronutriente mantém o funcionamento celular e neuromuscular, além de prevenir doenças como fraqueza óssea, hipertensão, osteoporose e diabetes. Porém, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), metade da população mundial vive com quantidades insuficientes desse micronutriente, fazendo necessária a suplementação da vitamina D, seja por meio da alimentação ou suplementos médicos.
Dr. Alberto Frisoli, geriatra e professor da UNIFESP, explica que o déficit da vitamina D, também chamado de hipovitaminose D, pode aparecer por meio de alguns sintomas comuns, como cansaço ou sonolência em excesso, dificuldade de cicatrização, dor muscular, aumento de peso ou até mesmo perda de cabelo. “Por isso, sempre reforçamos o quanto é essencial realizar check-ups anuais, sem deixar de lado o exame de sangue específico – hidroxivitamina D ou 25(OH)D – que aponta possíveis déficits do micronutriente no corpo”, pontua.
E para esclarecer o importante papel da vitamina que atua como hormônio multifuncional no organismo, Dr. Alberto Frisoli esclarece as principais dúvidas sobre o assunto:
Como saber se estou com déficit de Vitamina D?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há insuficiência quando a concentração de vitamina D no sangue é menor do que 30 ng/ml, sendo considerada grave quando abaixo de 10 ng/ml. Valores iguais ou superiores a 30 ng/ml estão na faixa da normalidade. Lembrando que, para saber o nível, é necessário realizar o exame de sangue hidroxivitamina D ou 25(OH)D.
Qual é a dose mínima de vitamina D para suplementação? Ela varia por faixa etária?
Sim, a dose diária de vitamina D recomendada também depende da faixa etária do paciente, por isso é fundamental buscar orientação médica para avaliação individual.
É possível absorver vitamina D apenas com alimentação? Se sim, em quais alimentos?
Alimentos como peixes gordos (salmão selvagem, algas expostas ao sol e sardinha), shiitake fresco e gema de ovo podem ser incluídos na dieta para absorção de vitamina D. Contudo, estima-se que apenas de 10% a 20% da necessidade de assimilação do organismo seja adquirida por meio dos alimentos, enquanto a exposição solar garante entre 80% e 90% da síntese de vitamina D.
Com isso em mente, o ideal é tomar diariamente entre 15 a 20 minutos de sol, de preferência entre às 10h e 14h, com braços e pernas expostos, seja na piscina, na praia, em uma caminhada um pouco mais longa ou até mesmo em casa – na varanda ou em algum espaço que permita a entrada do sol no ambiente.
Existem substâncias que prejudicam a absorção das vitaminas?
Sim! Cafeína e álcool podem ser prejudiciais para a absorção de vitaminas B e D. Por isso, deve-se evitar o consumo em excesso de bebidas alcoólicas, chá preto, café e refrigerantes.
O consumo de fibras em grande quantidade também pode comprometer a assimilação das vitaminas A, D e E.
Quais são os grupos de risco para a hipovitaminose?
A deficiência de vitamina D pode aumentar o risco de problemas cardíacos, osteoporose, gripes, alguns tipos de câncer e doenças autoimunes, como esclerose múltipla e diabetes. Para mulheres grávidas, o risco de parto prematuro pode ser elevado, além de favorecer a pré-eclâmpsia. Por esse motivo, alguns pacientes precisam dar maior atenção aos níveis do micronutriente no sangue, considerando que se encaixam em grupos de risco, como é o caso de idosos, gestantes, pacientes bariátricos ou com raquitismo, hiperparatireoidismo, doenças inflamatórias, doenças imunes ou doença renal crônica, entre outras condições.
A vitamina D ajuda no tratamento ou na prevenção da Covid-19?
Além dos benefícios ósseo-musculares, a vitamina D tem ação imunomoduladora, ou seja, que melhora a resposta imune às infecções respiratórias. Diversos estudos científicos observaram piora da evolução do quadro e maior risco fatal em pacientes infectados por coronavírus e com deficiência de vitamina D.
Outro fato importante a se atentar são os inúmeros indícios de que doenças não transmissíveis —pressão alta, diabetes, doenças cardiovasculares, síndrome metabólicas —estejam associadas a baixos níveis plasmáticos de vitamina D, sendo que essas comorbidades podem aumentar o risco de eventos graves causados pela Covid-19.
Sendo assim, acreditamos que manter o nível de vitamina D equilibrado seja essencial para evitar doenças graves como as citadas previamente, assim como para evitar outras consequências nocivas que até mesmo a Covid-19 possa vir a causar.
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