Tabagismo e doença do coração é dupla de alto risco para a Covid-19
Assunto é lembrado no Dia Mundial Sem Tabaco, no domingo, 31 de maio
De acordo com o estudo do Laboratório Cold Spring Harbor, da revista científica Developmental Cell, os tabagistas fazem parte do grupo de risco para contaminação com o novo coronavírus e para o agravamento da doença. Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), caso a pessoa abandone o tabagismo, a principal vulnerabilidade dos fumantes às complicações da covid-19 diminui imediatamente e pode até desaparecer. Esse é um dado ainda mais importante para pessoas que, além de tabagistas, sofrem de alguma doença do coração.
Entre indivíduos infectados pelo novo coronavírus que apresentam sintomas graves da covid-19 e precisam de internamento hospitalar ou morrem, 53% têm algum problema de coração (dado divulgado pelo Ministério da Saúde, baseado em um estudo publicado na revista científica JAMA Cardiology). “Se somarmos os dois fatores de risco, tabagismo mais tendência à cardiopatia ou doença do coração, a pessoa é altamente vulnerável em uma pandemia como esta, e os riscos de contrair o novo coronavírus e desenvolver as formas mais graves da covid-19 são ainda maiores e mais rápidas”, afirma o cirurgião cardiovascular do Incor Kubrusly, Dr. Luiz Fernando Kubrusly. “Esses pacientes são tão vulneráveis que, aqui no Incor, estamos nos dedicando a atendê-los para que não tenham de ir ao pronto-socorro dos hospitais. E se tiverem de ir, vão sob nossos cuidados, de modo que entrem e saiam o mais breve possível, munidos de todas as informações necessárias”, destaca.
Dr. Fernando Kubrusly, também membro da equipe do Incor, lembra que o tabagismo, por si só, é um fator de risco para os cardiopatas. “O tabagismo se torna mais grave a medida que a pessoa é mais exposta ao hábito. Ou seja, se fuma há 20 anos uma carteira de cigarro por dia, já é um broncopata por definição”, diz. A broncopatia é qualquer doença que afete os brônquios. Se a pessoa contrair o coronavírus, as chances de complicações são maiores. “O risco é o de desenvolver formas mais graves da doença e mais precocemente necessitar de intervenção pulmonar, que é a grande questão na covid-19, ou seja, quando é preciso do apoio respiratório, como intubação”, explica.
O especialista alerta que é importante que fumantes cardiopatas redobrem o cuidado, de preferência, parem de fumar, continuem a tratar as doenças crônicas e fiquem atentos a qualquer alteração respiratória. “Todo tabagista tem, por exemplo, uma tosse crônica. Se essa tosse piorar, imediatamente deve procurar atendimento médico, se possível, primeiramente um médico fora do hospital, para uma avaliação e a indicação de atendimento hospitalar somente para casos mais graves ou necessários”, salienta.
Fonte: Incor
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