Outubro rosa: câncer de mama tem maior incidência após os 60 anos, mas comportamento da doença é mais agressivo em mulheres jovens
Se diagnosticado no início, as chances de cura são superiores a 90%. Como podemos estar atento aos sinais?
O câncer de mama é um dos tipos de cânceres mais frequentemente diagnosticados no mundo e é a primeira causa de morte em mulheres na faixa etária dos 40 aos 49 anos. O avançar da idade é conhecido como fator de risco para o desenvolvimento de câncer de mama em mulheres. A base de dados americana, Surveillance, Epidemiology, and End Resuts (SEER), evidenciou que, entre 2013 e 2015, a probabilidade de desenvolver câncer de mama relacionada à idade foi:
• Até os 49 anos: 1 caso a cada 51 mulheres.
• Entre 50 e 59 anos: 1 caso a cada 43 mulheres.
• Entre 60 a 69 anos: 1 caso a cada 23 mulheres.
• Acima dos 70 anos: 1 caso a cada 15 mulheres.
No Brasil, conforme dados do INCA (2019), a incidência de câncer de mama em mulheres jovens (faixa etária dos 20 aos 39 anos) permaneceu estável entre o período de 2000 a 2010. Ainda não foram divulgados estudos mais novos sobre essa incidência. Além do sexo feminino e idade, outros fatores de risco incluem histórico pessoal, histórico familiar/genético para câncer de mama e fatores de estilo de vida, como sedentarismo, alimentação inadequada e consumo de álcool e cigarro.
A taxa de mortalidade mundial tem caído nos últimos anos, segundo a oncologista clínica do IBCC Oncologia, Dra. Renata Meneguetti (foto). Um recente estudo americano demonstrou queda nas taxas de óbito por câncer de mama em 35% até o ano de 2011. “A justificativa, segundo estudos, é que, devido aos exames de rastreio regulares e a melhora do tratamento oncológico, que é multidisciplinar e envolve as especialidades de mastologia, radioterapia e oncologia clínica, houve essa queda”, afirma a oncologista.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade. Para as mulheres mais jovens, é recomendado o exame físico das mamas, realizado pelo médico. “Caso haja fatores de risco, como histórico familiar de câncer de mama em faixa etária precoce, as recomendações são individualizadas. Por isso, a importância da consulta médica para esta avaliação”, complementa a médica.
Em relação à agressividade do tumor, quando diagnosticado em faixa etária mais jovem (menor que 35 anos de idade), ele tem um comportamento mais agressivo, semelhante aos cânceres de mama do tipo triplo negativo, segundo Radecka B (2016). As recomendações de tratamento variam de acordo com o estágio, tipo histológico e o perfil molecular do câncer de mama. “A idade é um fator ponderado pelo oncologista clínico em conjunto com os outros fatores”, detalha Meneguetti.
Para melhores resultados em termos de sobrevida e qualidade de vida relacionada ao câncer de mama, recomenda-se a ampla e correta informação para todas as mulheres. Orientações relacionadas a hábitos de vida saudáveis, amamentação, evitar exposições hormonais sem indicação e comparecer a consultas médicas e exames indicados regularmente. Segundo o mastologista do IBCC Oncologia, Dr. Joaquim Teodoro, qualquer tipo de tratamento adotado num câncer de mama depende do estadiamento da doença, localização de nódulos/tumores, tamanho e outros aspectos que somente com a avaliação clínica apoiada em exames específicos e complementares é possível determinar uma conduta médica. Se o diagnóstico for realizado em fases iniciais, ainda segundo o mastologista, a taxa de sucesso é superior a 90%.
Sheila Bastos realiza tratamento no IBCC Oncologia há 5 anos.
Quando foi diagnosticada com câncer de mama, estava com 30 anos e passava pelo sexto mês de gestação. Sua única preocupação era a saúde da sua filha. “Eu senti um nódulo na mama e avisei meu obstetra, que achou que fosse algo do leite porque estava grávida, mas realizei os exames por desencargo e lá estava o resultado. Iniciei meu tratamento de quimioterapia grávida e encarei de frente, mas com muito medo”, relata Bastos.
O câncer trouxe uma pausa no seu emprego e em sua pós-graduação para dar um foco maior em sua saúde e na saúde da sua filha que estava por vir. “Eu moro com minha tia que também é paciente do IBCC há 17 anos com câncer de mama, mas minha família me ajudou muito, meu esposo, todos estiveram do meu lado, foi o que me deu forças para conseguir. E hoje eu sou muito feliz, eu não recebi o câncer como coisa ruim, pois mudou minha vida para algo bem melhor, porque eu não vivia, não tinha tempo para meu filho e hoje vejo a vida diferente”, relata.
Sheila está em fase de remissão da doença e realiza acompanhamentos a cada 6 meses. Hoje ela e a Rafaela de 4 anos estão bem e saudáveis. Sheila é mais uma inspiração para mulheres, mães e pacientes que superam a doença e não desistem dos seus sonhos.
Fonte: IBCC Oncologia