Sindusfarma empossa nova Diretoria,
com presença do presidente da Anvisa

Sindusfarma empossa nova Diretoria,
com presença do presidente da Anvisa

O Conselho Diretor do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) para o triênio 2025-2027 tomou posse na noite da última segunda-feira (17), em cerimônia que contou com a presença do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Rômison Mota, que firmou na oportunidade o novo Acordo de Cooperação Técnica do órgão com o Sindusfarma.

Formada por 12 executivos de empresas nacionais e internacionais, a Diretoria é presidida por Cleiton de Castro Marques (ver composição do Conselho Diretor abaixo). A solenidade se deu na nova sede da Sindusfarma, que teve sua inauguração oficial realizada no mesmo evento.

Em seu discurso de posse, Cleiton disse que, no estágio atual da indústria farmacêutica instalada no país, a inovação é o caminho natural e desejável a seguir. “O Brasil precisa deixar de ser apenas um grande exportador de commodities e produtos agrícolas e agroindustriais – o que é ótimo – e formular estratégias que o façam ocupar também uma posição de destaque no mercado global da inovação – especialmente no campo da saúde”.

“Mas, para que a dinâmica da inovação incremental na indústria farmacêutica ganhe tração, é preciso resolver uma questão que me parece insolúvel no Brasil: a precificação de medicamentos”, concluiu Cleiton. (leia a íntegra aqui)

A composição do novo Conselho Diretor do Sindusfarma é a seguinte:

Presidente: Cleiton de Castro Marques (Biolab)

1º Vice-presidente: Amanda Spina (Johnson&Johnson)

2º Vice-presidente: Omilton Visconde Jr (Cellera)

3º Vice-presidente: Maurizio Billi (Eurofarma)

Diretor: Alexandre Gibim (Pfizer)

Diretor: Breno Oliveira (Hypera)

Diretor: Fernando Sampaio (Sanofi Medley)

Diretor: Isabella Wanderley (Novo Nordisk)

Diretor: Lorice Scalise (Roche)

Diretor: Marcus Sanchez (EMS)

Diretor: Maria Heloísa Simão (Blanver)

Diretor: Patrick Eckert (GSK)

Os Suplentes do novo Conselho Diretor são:

1º Andrea Sambati (Boehringer Ingelheim)

2º Eder Fernando Maffissoni (Prati-Donaduzzi)

3º Eduardo Tutihashi (Abbvie)

4º Fernando Gabriel Itzaina Sanchez (Farmoquímica)

5º Fernando de Jesus Vaz Afonso (Vertex)

6º Guilherme Maradei (Natulab)

7º Heraldo Marchezini (Biomm)

8º Jairo Yamamoto (Althaia)

9º José Arnaud (Merck)

10º José Vicente Marino (Aché)

11º Laurena Magnoni (Besins)

12º Roberto Vieira Rocha (Teva)

Os novos membros efetivos do Conselho Fiscal são:

1º Odilon Costa (Cristália)

2º Rubens Gimenes Filho (Almeida Prado)

3º Walker Magalhães Lahmann (Eurofarma)

Suplentes:

1º Fernando Salles A. Marques (Arese Pharma)

2º Juliana Megid (EMS)

3º Magda Giudicissi (Cazi Química)

Omilton Visconde Jr. recebe homenagem das mãos de Cleiton Marques (esq.) e Nelson Mussolini

Dever cumprido

Em seu discurso de despedida da presidência do Conselho Diretor do Sindusfarma, Omilton Visconde Jr disse que a nova sede coloca o Sindusfarma numa posição muito mais sólida e importante. “A nova sede nada mais é do que uma retribuição em serviços e qualidade de atendimento às empresas associadas; nada mais é do que estarmos preparados para atender às demandas presentes e futuras da indústria farmacêutica”.

Omilton fez um rápido balanço de suas cinco gestões na presidência do Conselho Diretor da entidade. “Encerro hoje meu ciclo na presidência do Sindusfarma com a sensação de dever cumprido. Foi um ciclo longo, de cinco mandatos não consecutivos. Ciclo que, neste último período – de 2019 a 2024 – foi particularmente desafiador, por causa da pandemia e das turbulências que marcaram a gestão pública do país na área da saúde. A indústria farmacêutica entregou o que se esperava dela. Salvou vidas!”. (leia a íntegra aqui)

Autoridades

Além da presença do presidente Rômison Mota, a Anvisa foi representada no evento pelos diretores Daniel Carvalho e Danitza Passamai Rojas Buvinich, a diretora adjunta, Suzana Yumi Fujimoto; o gerente-geral, Marcus Aurélio Miranda de Araújo.

Presidência executiva

Nelson Mussolini segue no cargo de presidente executivo do Sindusfarma.

Mais de 140 pessoas participaram da cerimônia de posse no auditório da nova sede do Sindusfarma

Cleiton: “Transformar o Brasil num grande centro internacional de inovação em Saúde”

“O Brasil precisa deixar de ser apenas um grande exportador de commodities e produtos agrícolas e agroindustriais e formular estratégias que o façam ocupar também uma posição de destaque no mercado global da inovação – especialmente no campo da saúde”, disse o presidente do Conselho Diretor do Sindusfarma, Cleiton de Castro Marques, na cerimônia de posse da gestão 2025-2027, realizada na noite de segunda-feira (17), no auditório da nova sede do Sindusfarma, em São Paulo:

Cleiton discursou durante a cerimônia de posse do Conselho Diretor da entidade

Caros amigos e caras amigas,

É uma honra tê-los aqui conosco esta noite.

Minha mensagem é de esperança.

Esperança em nossa capacidade de tirar proveito do considerável cabedal tecnológico e de conhecimentos acumulado nos últimos 25 anos pela indústria farmacêutica instalada no país, e sua cadeia produtiva, para transformar o Brasil num grande centro internacional de inovação em Saúde.

As bases, os alicerces já existem. De um lado, grandes empresas farmacêuticas nacionais se constituíram e ganharam musculatura com a curva de aprendizado propiciada pelos medicamentos genéricos e hoje têm foco estratégico e investem cada vez mais em pesquisa e desenvolvimento de produtos inovadores.

De outro, grandes empresas farmacêuticas internacionais mantêm operações importantes e têm planos ambiciosos no país, considerando o potencial do sistema de saúde, o tamanho da economia e as oportunidades que uma população enorme e diversificada oferecem.

Ou seja, o forte mercado farmacêutico brasileiro – público e privado – e o maduro polo produtivo e de P&D que já possuímos aqui permitem sonhar com voos mais altos.

O Brasil precisa deixar de ser apenas um grande exportador de commodities e produtos agrícolas e agroindustriais – o que é ótimo – e formular estratégias que o façam ocupar também uma posição de destaque no mercado global da inovação – especialmente no campo da saúde.

Em termos de valor agregado, é fácil demonstrar o sentido (e os ganhos) de investir em pesquisa e desenvolvimento: cada vagão de minério de ferro exportado equivale hoje à importação de dois celulares.

Ou seja, investir em inovação é investir na geração de riqueza, em capacitação – e, no caso dos medicamentos, em qualidade de vida.

No estágio atual da indústria farmacêutica instalada no país, estou convicto de que a inovação é o caminho natural e desejável a seguir.

Não sem riscos. Afinal, riscos fazem parte de qualquer projeto.

Posso dar meu exemplo pessoal de empreendedor: obtivemos sucesso com produtos que resultaram de P&D. Também perdi dinheiro, com projetos que fracassaram na fase 3. Fazendo um balanço, afirmo que o saldo foi positivo. Valeu, vale a pena trilhar essa rota.

O Brasil precisa avançar nesta direção, como têm demonstrado as economias que mais cresceram nas últimas décadas e hoje disputam a primazia tecnológica em várias áreas.

Penso que o foco inicial desse processo na área de medicamentos deva ser o estímulo à inovação incremental. É pouco provável que uma empresa passe diretamente para uma inovação radical sem fazer antes a incremental.

Mas, para que a dinâmica da inovação incremental na indústria farmacêutica ganhe tração, é preciso resolver uma questão que me parece insolúvel no Brasil: a precificação de medicamentos.

Valho-me de minha própria experiência para afirmar que se trata de uma questão crônica cuja solução não depende deste ou daquele governo ou burocrata: é uma grave distorção de sistema que se instalou há tempos e o do qual o país não consegue se livrar.

É um problema arraigado de mentalidade, fruto da concepção distorcida que se tem sobre a formação de preços em geral no Brasil.

Lembro de que, quando tinha 17 anos de idade, costumava ir ao Conselho Interministerial de Preços (CIP), para discutir preços de medicamentos; hoje, aos 67, – 50 anos depois, continuo discutindo preços.

É preciso rever conceitos, renovar o arcabouço regulatório do mercado de medicamentos no Brasil, modernizar as regras de fixação de preços e de revisão de preços quando necessário.

 E a precificação dos medicamentos originários de inovação incremental é um dos grandes problemas a serem resolvidos, se queremos enveredar de fato no promissor terreno da inovação em saúde.

Outro aspecto importante para a inserção do país no mercado global da inovação farmacêutica é a harmonização regulatória e o intercâmbio de documentações e dossiês.

Neste particular, o trabalho da Anvisa tem sido excepcional e vem recebendo um justo reconhecimento internacional.

Por exemplo, no nosso caso, o recente acordo firmado pelo PIC/S já permitiu que nossas fábricas instaladas no Brasil, inspecionadas e certificadas pela Anvisa, fossem aprovadas pela autoridade reguladora de medicamentos canadense.

Medidas como esse acordo de intercâmbio de informações técnicas e de relatórios de inspeção de boas práticas de fabricação de medicamentos são fundamentais para azeitar o circuito da inovação e abrir novos mercados para as indústrias farmacêuticas que atuam no Brasil.

Temos que aproveitar essa e outras oportunidades para impulsionar o processo de inovação.

Cabe, portanto, aplaudir a atuação da Anvisa, que ano após ano vem aprimorando seus conceitos e processos, apesar de enfrentar sérios obstáculos como a falta de pessoal e infraestrutura insuficiente para dar conta de tarefas que só aumentam.

Ao mesmo tempo, cabe cobrar que o governo invista mais na Anvisa, forneça ao órgão os recursos materiais e humanos que lhe permitam exercer plenamente sua missão de ser uma agência de desenvolvimento da saúde – isto é, vetor de crescimento dos setores regulados e de bem-estar da população brasileira. Precisamos manter o alto padrão regulatório.

Por isso, o Sindusfarma vai redobrar seu compromisso histórico de proteger a Anvisa contra interferências que afetem esses avanços – muitas delas gestadas no âmbito do próprio governo.

Vamos igualmente continuar e reforçar nossa profícua interlocução com o Ministério da Saúde e todas as instâncias governamentais com as quais a indústria farmacêutica já tem ou precisa ter sinergia.

Pois bem, aqui estamos nesta nova e maravilhosa sede do Sindusfarma. Lembro do passado, da sede na Rua dos Ingleses, do Livro de Ouro…

Um edifício que está em sintonia com as novas perspectivas e os horizontes alargados com os quais o Conselho Diretor que inicia hoje seu triênio de gestão quer orientar o Sindusfarma.

Pretendemos inaugurar um novo ciclo de expansão de atividades e serviços prestados pelo Sindusfarma às empresas associadas, preservando e aprofundando as expressivas conquistas acumuladas nos últimos anos e durante sua longa e exitosa trajetória.

Vamos investir mais recursos e vigor renovado na defesa dos temas estratégicos da indústria farmacêutica e sua cadeia produtiva.

Vamos incrementar a realização de estudos que refinem os argumentos e fundamentos de nossos principais pleitos.

Vamos trabalhar pelo reajuste dos valores de referência do Programa Farmácia Popular – que desde o seu início nunca tiveram reajuste; ao contrário, foram reduzidos -, e dialogar com o governo para fortalecer essa política de Estado vencedora.

Vamos enfrentar questões delicadas, como o desvio de finalidade das farmácias de manipulação.

A pauta é extensa.

Mas eu e meus colegas de Conselho Diretor estamos preparados para conduzi-la com força e determinação.

Mãos à obra!

Muito obrigado.

Omilton: “Nova sede prepara entidade para atender às demandas presentes e futuras da indústria farmacêutica”

Ao encerrar sua gestão à frente do Conselho Diretor do Sindusfarma na gestão 2022-2024, Omilton Visconde Jr. disse que a nova sede da entidade é uma retribuição em serviços e qualidade de atendimento às empresas associadas, preparando-a para atender às demandas presentes e futuras da indústria farmacêutica”. Ele falou na cerimônia de posse da Diretoria para o triênio 2025-2027, realizada na noite de segunda-feira (17), no auditório da nova sede do Sindusfarma, em São Paulo:

Omilton discursou durante a cerimônia de posse da Conselho Diretor da entidade

Meus amigos e minhas amigas,

Boa noite.

Sejam bem-vindos à nova e linda sede do Sindusfarma.

Esta cerimônia é muito especial e emocionante para mim.

Encerro hoje meu ciclo na presidência do Sindusfarma com a sensação de dever cumprido. Foi um ciclo longo, de cinco mandatos não consecutivos. Ciclo que, neste último período – de 2019 a 2024 – foi particularmente desafiador, por causa da pandemia e das turbulências que marcaram a gestão pública do país na área da saúde.

A indústria farmacêutica entregou o que se esperava dela. Salvou vidas!

Entregou as ansiadas vacinas para conter a Covid-19. Entregou os medicamentos hospitalares indispensáveis para que os valorosos profissionais da saúde pudessem tratar e curar milhões de pacientes dessa terrível enfermidade.

Durante a pandemia, o Sindusfarma esteve na linha de frente da articulação setorial e da interlocução com Anvisa, Ministério da Saúde, Congresso Nacional e lideranças da Saúde, evitando assim que problemas decorrentes da crise sanitária e econômica nacional e internacional (suprimento de insumos, desarranjos de produção e logística etc.) prejudicassem, ainda mais, a população e o sistema de saúde público e privado.

Exercendo sua permanente vocação de dialogar e formular propostas e alternativas que melhorem o ambiente de negócios da cadeia industrial farmacêutica e ampliem o acesso da população à saúde, o Sindusfarma atuou com determinação e eficácia em prol desse objetivo, anseio maior da sociedade brasileira.

Entre outras ações, o Sindusfarma fortaleceu e modernizou sua estrutura, com o objetivo de elevar ainda mais sua reconhecida capacitação técnica e promover uma interlocução ainda mais efetiva e proativa com autoridades, políticos, especialistas e a sociedade em geral.

Na prática, o Sindusfarma aprofundou aquilo que está no DNA da entidade e caracteriza sua longa e rica trajetória: disseminar o conhecimento sobre a realidade operacional, tecnológica e sanitária da indústria de medicamentos, no sentido de mostrar a importância estratégica para o país de um mercado farmacêutico competitivo e sustentável, e sua inegável contribuição para o bem-estar da população e o progresso do Brasil – faceta que ainda é incompreendida por muitos.

Hoje, a indústria farmacêutica que atua no país é importante, é resiliente, é excelente.

Como empreendedor e líder setorial vivi as grandes transformações da cadeia produtiva farmacêutica instalada no Brasil neste último quarto de século.

O setor cresceu exponencialmente nessa quadra, graças à competência, ao talento e ao arrojo das empresas nacionais e internacionais que sempre acreditaram no potencial econômico do país e sempre estiveram comprometidas com a promoção da saúde da sociedade brasileira.

Participei ativamente da introdução dos medicamentos genéricos no país, processo virtuoso que abriu o caminho para que dezenas de milhões de brasileiros tivessem acesso a produtos essenciais para sua saúde.

Sou testemunha da revolução terapêutica em curso desde o advento dos modernos medicamentos de síntese química e biotecnológicos, que vêm elevando a longevidade e melhorando a qualidade de vida das pessoas no Brasil e no mundo.

Essas grandes conquistas, no entanto, não têm sido alcançadas sem obstáculos e incompreensões.

Várias questões ainda precisam ser resolvidas, como a modernização das regras de precificação de medicamentos, a flexibilização do controle de preços, o modelo de incorporação e financiamento das terapias avançadas, e a fiscalização efetiva da dispensação de medicamentos sujeitos a prescrição médica.

É importante lembrar que o período de liberdade de preços no fim dos anos 1990 foi decisivo para a construção e consolidação do moderno parque industrial farmacêutico que existe hoje no país, nivelado aos melhores do mundo.

Uma correta regulação de preços é fundamental para criar as condições necessárias para que as indústrias farmacêuticas instaladas no Brasil invistam mais em inovação radical e incremental.

A Reforma Tributária sancionada recentemente alivia a carga tributária dos medicamentos. Tende de fato a contribuir para ampliar o acesso, mas poderia ter sido melhor para o consumidor.

Principalmente se tivesse sido adotada a alíquota zero de tributação para todos os medicamentos – tese que o Sindusfarma há muito defende. De todo modo, a isenção de 100% nas compras governamentais é um avanço inegável.

Paralelamente, está sendo implementada a estratégica iniciativa do Ceis (Complexo Econômico-Industrial da Saúde), que coloca em evidência a importância da cooperação público-privada na área da saúde, e se conecta com o papel da propriedade intelectual e da transferência de tecnologia.

E há uma questão maior, que o país precisa resolver de uma vez por todas: a falta de segurança jurídica, que tolhe e até inviabiliza os planos das empresas, prejudicando a atividade econômica e, consequentemente, a geração de riqueza e o progresso da sociedade brasileira.

Como se sabe, não há país desenvolvido sem uma indústria forte. E a cadeia produtiva farmacêutica está na vanguarda de qualquer processo estruturado de modernização tecnológica e inovação.

Mas, infelizmente, como escrevi em artigo publicado recentemente na Folha de S.Paulo, o Brasil tem lá suas mazelas. O título do artigo é explícito: “Falta vergonha na cara para este país”.

Em quase tudo a degradação moral é um traço comum, escrevi.

Do quebra-galho ao ‘deixa comigo’, tudo é a mais pura enganação. Criamos uma cultura única, expressa na famosa frase do grande Gerson “Eu gosto de levar vantagem em tudo”, talvez a única ‘lei’ que pegou no Brasil sem estar no Código Civil nem no Código Penal.

Em todas as esferas de poder a promiscuidade se estruturou e perdemos a vergonha de praticá-la. Nos queixamos dos políticos e esquecemos que a política é moldada e organizada por nós. O atual nível dos homens públicos, com honrosas exceções, equivale ao nosso como sociedade.

É claro que a sociedade brasileira produz muita coisa boa, tem muita gente competente e ética, mas parece ser uma minoria silenciosa que se omite e segue seu rumo. É frustrante ser brasileiro, e o tapinha nas costas usual não é remédio que funcione; ao contrário, nossa complacência é alimento para nossas mazelas.

Grandes conglomerados e riquezas são erigidos com base no toma lá dá cá com o poder.

Concluí meu artigo afirmando que empreender de forma séria e correta é um ato de heroísmo desgastante no Brasil.

Sim, estou pessimista com a situação atual e os valores que orientam o Estado e a sociedade brasileira. Mas, em homenagem à memória de meu pai – meu maior mentor -, quero deixar uma mensagem de esperança em nossa capacidade de mudar radicalmente esse quadro. Lutador e otimista com o Brasil, ele acreditava que seus netos viveriam em um país melhor. Tomara!

No momento em que termino meu ciclo na presidência do Conselho do Sindusfarma, quero agradecer eternamente o apoio e a confiança em mim depositados pelas empresas associadas e por meus colegas de Diretoria, 12 membros titulares e 12 suplentes sem os quais as grandes conquistas desta gestão não teriam sido alcançadas.

Hoje, estou feliz. Encerro meu mandato em um momento venturoso e oportuno para toda a indústria farmacêutica.

Aqui no Sindusfarma temos uma relação extraordinária entre os executivos. Temos uma boa relação com outras entidades.

E é claro que esse edifício novo, tão moderno, tão representativo, é um marco importante da gestão, não só meu, mas de todos os diretores do último triênio.

Sem dúvida, a nova sede coloca o Sindusfarma numa posição muito mais sólida e importante.

A nova sede nada mais é do que uma retribuição em serviços e qualidade de atendimento às empresas associadas; nada mais é do que estarmos preparados para atender às demandas presentes e futuras da indústria farmacêutica.

Quero deixar uma mensagem de agradecimento a toda estrutura organizacional do Sindusfarma, sem exceção. E em especial ao senhor Nelson Mussolini, nosso tocador de obras, a cara da indústria, que tem sido um defensor hercúleo do setor em todas as frentes.

Conclamo as novas gerações a participarem mais das entidades de classe. Precisamos renovar as lideranças do setor. A gente precisa ter sangue novo, e o sangue novo vem das novas gerações.

Continuarei participando da Diretoria do Sindusfarma. Para mim é sempre uma honra. O Sindicato transcende uma entidade comum; ele tem praticamente 100 anos e a gente construiu com muita integridade. A integridade do Sindusfarma é seu principal atributo, muito mais do que qualquer outra característica.

Cleiton, meu grande amigo, amigo mesmo, conte comigo sempre. Sucesso renovado!

Viva o Sindusfarma!

Fonte: Sindusfarma