Conheça as doenças da próstata mais comuns

Conheça as doenças da próstata mais comuns

Características relevantes da prostatite, da hiperplasia prostática benigna (HPB) e do câncer de próstata

A próstata é uma glândula que tem o tamanho aproximado de 20 gramas. Está localizada na região retroperitoneal, em torno do colo da bexiga e da uretra, formando uma espécie de ducto. No caso de um corte realizado no órgão, deve-se observar que esta é formada por um tecido homogêneo cinza-pálido, com várias cavidades minúsculas branco-amareladas correspondentes às glândulas da próstata. Esse tecido prostático é sensível à influência dos hormônios sexuais.

A próstata pode ser afetada por, pelo menos, três processos patológicos: a inflamação, processo denominado prostatite, o aumento da glândula ou hiperplasia nodular benigna e o câncer. A doença mais frequente é a tumefação nodular benigna, especialmente em homens idosos. Alguns quase consideram como parte normal do envelhecimento.

Hiperplasia prostática benigna

A hipertrofia prostática benigna (HPB) ou hiperplasia prostática é uma doença muito frequente após os 50 anos de idade. De fato, é a alteração urinária mais frequente em homens mais velhos. O tecido prostático começa a desenvolver nódulos que provocam o aumento de tamanho da glândula. Por sua vez, esta última causa a compressão da uretra de forma progressiva e pode levar à sua obstrução, impedindo o fluxo urinário.

Hiperplasia prostática benigna.

Essa patologia apresenta uma incidência que aumenta de forma progressiva a partir dos 45 anos de idade, tornando-se acentuada ao longo de cada década. Após os 80 anos de idade, quase 80% dos homens apresentam aumento no tamanho da próstata; no entanto, a porcentagem que requer tratamento cirúrgico para aliviar a obstrução uretral é escassa. Em casos moderados, a próstata hiperplásica pesa entre 60 e 100 gramas. Os nódulos geralmente se desenvolvem nas regiões laterais e média e não afetam a região posterior.

A hiperplasia prostática benigna produz frequentemente sintomas relacionados com a compressão da uretra, fazendo surgir diferentes graus de dificuldade para urinar. Contudo, a retenção de urina na bexiga favorece a distensão vesical e o desenvolvimento de infecções urinárias, cistite e infecções renais.

Os pacientes relatam vontades frequentes de urinar (polaquiúria), gotejamento de urina devido ao transbordamento da bexiga, ao apresentar uma obstrução em nível prostático no fluxo urinário, e também dificuldade tanto para iniciar quanto para finalizar a micção. Eles podem acordar durante a noite com necessidade de urinar e sentir dor durante o ato miccional (disúria). Em casos específicos, ocorre uma retenção urinária aguda repentina que persiste até a necessidade de uma sondagem vesical de emergência.

O esvaziamento da bexiga não é completo e a urina residual favorece o risco de complicações infecciosas, o que aumenta com a sondagem ou manipulação cirúrgica. Pode-se chegar a desenvolver hidronefrose (dilatação das vias urinárias) com alterações da função renal.

Em muitos casos, a doença pode ser controlada por tratamento medicamentoso ou tratamento cirúrgico.

Sintomas do trato urinário inferior associados com a hiperplasia prostática benigna.

Prostatite aguda e crônica

Quando falamos de prostatite aguda, queremos dizer inflamação aguda, localizada ou difusa, do tecido prostático. Os microrganismos podem chegar à próstata por extensão direta da uretra posterior ou da bexiga; também podem provir de focos distantes de infecção. Tais infecções podem permanecer latentes de forma persistente e resultar em uma prostatite crônica.

A prostatite crônica, às vezes, apresenta manifestações pouco específicas. Os pacientes geralmente relatam dor em diferentes áreas da região pélvica, dificuldades miccionais ou disfunções sexuais, tais como dor associada com a ejaculação. No exame físico, a glândula pode apresentar dor na palpação e alterações na consistência.

O achado de células brancas no exame microscópico do líquido prostático é significativo, mas só pode demonstrar a presença de um agente infeccioso em 5% a 10% desses pacientes. Em uma grande parte dos homens sintomáticos, nem mesmo células inflamatórias serão encontradas na secreção prostática. Dessa forma, um grande número de pacientes apresenta sintomas que levam a um diagnóstico de prostatite crônica sem poder ter a possibilidade de definir sua patologia de forma objetiva.

Câncer de próstata

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum. O reconhecimento precoce e o tratamento dessa doença são fundamentais, já que promovem altas taxas de cura completa.

Esse tumor tem origem no revestimento epitelial das glândulas da próstata, sendo seu crescimento paulatino ao longo de vários anos. Em um primeiro momento, somente compromete parcial ou totalmente um dos quatro lóbulos; em seu crescimento sucessivo, pode invadir e perfurar a cápsula até comprometer as estruturas vizinhas, tais como vesículas seminais, colo da bexiga ou paredes laterais da pélvis. As metástases são causadas pela disseminação das células tumorais através dos vasos sanguíneos ou linfáticos.

O estadiamento do câncer de próstata ou de qualquer tumor maligno envolve determinar o grau de avanço do tumor; é uma forma padronizada de descrever seu tamanho e nível atingido de disseminação. O conhecimento do estágio tumoral no momento do diagnóstico é fundamental para decidir a melhor opção terapêutica a ser aplicada.

É importante notar que a detecção precoce dessa doença é vital, já que se trata de um câncer que, em muitos casos, pode ser curado. Atualmente, há dois pilares na detecção da patologia: o exame da próstata através do tato retal e o antígeno prostático específico (PSA). A avaliação dos níveis no sangue desse antígeno é um método muito útil no diagnóstico e acompanhamento do adenocarcinoma de próstata. O achado de valores isolados elevados e o aumento progressivo nos níveis de PSA nas medições sucessivas estão relacionados com a necessidade de descartar lesões prostáticas cancerígenas.

É importante notar que, embora sendo uma pequena percentagem, existem falso-positivos, já que o PSA é específico do órgão e não do câncer. Às vezes, as patologias, tais como prostatite, hiperplasia prostática benigna ou lesões isquêmicas, podem estar associadas com níveis elevados de PSA.