Verão aumenta incidência de candidíase; saiba como prevenir e tratar
Características comuns da estação mais quente do ano, como calor e alta umidade do ar, favorecem a proliferação de microrganismos nocivos à saúde genital feminina, incluindo o fungo causador da candidíase
O verão é a estação preferida de muitas mulheres, afinal, é marcada por sol, praia, piscina, calor e diversão. No entanto, a estação requer cuidados especiais com o corpo, pois as características que marcam essa época do ano favorecem o surgimento de condições que podem colocar a saúde em risco. A candidíase, por exemplo, é mais recorrente no verão. “A candidíase é uma das doenças mais comuns entre mulheres, sendo causada por um desequilíbrio na microbiota vaginal. E a incidência da doença é ainda maior no verão, pois fatores como calor e a alta umidade do ar causam alterações na acidez da vagina e reduzem a proteção da flora vaginal, o que favorece a proliferação de microrganismos nocivos à saúde da região íntima, incluindo o fungo causador da candidíase”, explica a Dra. Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Clínica GRU.
De acordo com a especialista, a candidíase é marcada por sintomas como coceira na vagina e na vulva, ardência ao urinar, dor durante a relação sexual, vermelhidão na região e corrimento vaginal espesso e esbranquiçado, o que pode causar grande desconforto principalmente durante a estação mais quente do ano, quando a mulher costuma utilizar biquínis e roupas mais curtas. “A chegada do verão é uma preocupação ainda maior para mulheres que já costumam apresentar o problema recorrentemente em outras épocas do ano, sofrendo com a chamada candidíase de repetição. Nesses casos, além das características do verão e dos maus hábitos que podem prejudicar a flora vaginal, outros fatores podem estar envolvidos no aparecimento da doença, como alimentação desbalanceada, uso de medicamentos como antibióticos e hormônios e deficiência imunológica”, alerta a médica.
Mas é possível prevenir o problema através de alguns cuidados, como adotar um estilo de vida mais saudável, incluindo manter uma alimentação balanceada, dormir bem, praticar exercícios físicos e adotar medidas para reduzir o estresse, que possui impacto direto sobre a imunidade. “A higienização da região íntima também deve ser realizada corretamente para evitar casos de candidíase. Para isso, evite limpar o canal vaginal, restringindo a higiene apenas à vulva, e utilize somente os dedos e sabonetes infantis de glicerina com pH neutro. Ferramentas como duchas vaginais, lenços umedecidos e sabonetes bactericidas não devem ser utilizadas, pois podem causar um desequilíbrio no pH da vagina, o que a torna mais suscetível a infecções”, aconselha a Dra. Eloisa. “Calcinhas sintéticas e roupas muito apertadas também devem ser evitadas, principalmente no calor, já que aumentam a umidade e abafam ainda mais a temperatura da região genital, contribuindo para a proliferação de bactérias e fungos. Cuidado também com o uso prolongado de roupas molhadas, como biquínis e maiôs, que favorecem o surgimento do problema”, recomenda. Segundo a ginecologista, quem sofre com candidíase de repetição ainda pode verificar com o médico a possibilidade de realizar suplementação de probióticos como forma de prevenção, já que essas substâncias potencializam o sistema imune.
No entanto, quem já apresenta sintomas de candidíase deve procurar um ginecologista para tratar a condição, o que geralmente é feito através do uso de antifúngicos orais e tópicos combinado à realização de banhos de assento e a adoção de um estilo de vida saudável. “Mas vale lembrar que o tratamento da condição deve sempre ser orientado por um médico, já que nem todo corrimento que coça é candidíase. Outras condições, como infecção bacteriana e alteração na flora vaginal, também podem causar sintomas similares. Logo, o ideal é buscar um ginecologista ao notar o aparecimento de qualquer tipo de infecção vaginal, pois apenas ele poderá realizar uma avaliação e recomendar o melhor tratamento para cada caso”, finaliza a Dra. Eloisa Pinho.
Fonte:
Dra. Eloisa Pinho. Ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela CETRUS. Parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde, a médica é formada pela Universidade de Ribeirão Preto, realiza atendimentos ambulatoriais e procedimentos nos hospitais Cruz Azul e São Cristóvão, além de também fazer parte do corpo clínico dos hospitais São Luiz, Pró Matre, Santa Joana e Santa Maria.